SANTOS, SP (FOLHAPRESS) – Nascido em Santos, com Santos no sobrenome e torcedor do Santos: com essas credenciais, o professor universitário Vinícius Eduardo Ferreira dos Santos Silva, 41, usou esta quinta-feira (2), primeiro Dia de Finados sem Pelé, para conhecer o mausoléu onde fica o jazigo com o corpo do melhor jogador de futebol da história. Pelé morreu em 29 de dezembro de 2022, aos 82.
“Cheguei mais cedo, ainda estava fechado e voltei. É uma emoção diferente. Fiz minha oração a ele que, além de tudo, foi um dos grandes divulgadores do Brasil para o mundo”, disse.
De família toda torcedora do clube, Santos Silva disse que o que Pelé construiu como atleta serve de referência para qualquer profissional. “Que jogadores e diretoria sempre honrem seu nome.”
Entre Messi e Maradona, papa Francisco escolhe Pelé Mausoléu de Pelé foi projetado há mais de quatro anos e teve aval do Rei
Administrador de empresas, André Forjanes, 50, também visitou o mausoléu neste feriado e disse que o local colabora para que Pelé não seja esquecido.
“Era um desejo dele que não fosse esquecido. Viajo muito a trabalho e ainda não conhecia [o mausoléu]. A gente fica até um pouco nostálgico.”
Para Forjanes, Pelé dificilmente será superado, mas não somente pelos números que obteve em campo em sua carreira. “Ele foi o melhor em um período de condições desfavoráveis para o esporte se comparado com as de hoje. Basta lembrar que chegou a ser caçado em campo num tempo em que ainda nem existiam cartões amarelos e vermelhos.”
Aos 80, o aposentado Lourenço Dario Ribeiro é são-paulino e torcedor da Portuguesa Santista, mas já foi sócio do Santos pelo encantamento com Pelé. “Qualquer coisa que lembre Pelé para os fãs é mais do que merecido”, disse.
“Vi jogos incríveis de Pelé na Vila Belmiro. Em um, no Paulistão de 1964, fez oito gols dos 11 a 0 do Santos em cima do Botafogo de Ribeirão Preto. Em outro, mesmo contundido, saiu do banco para conduzir uma goleada em cima do Cerro Porteño, do Paraguai.”
Da mesma idade de Ribeiro, o aposentado Natanael Barreto Filho também assistiu Pelé de perto e se lembrou de um confronto contra a Portuguesa, no Pacaembu, em que o ex-jogador foi provocado pela torcida adversária no intervalo.
“Ouviu a torcida adversária perguntar ‘cadê o rei?’. Para quê? Ele fez um gesto como quem diz ‘esperem’, voltou para o segundo tempo, marcou um gol lindo e o placar final foi 3 a 2 para o Santos”.
Professora de pilates Shirley Marinho, 41, é nascida em Santos, torce para o clube e mora em Londres. De passagem pela cidade, aproveitou para também conhecer o mausoléu. “Gostei da representação do local, de sentir que você entra num estádio com torcedores. Pelé é o rei aqui e lá fora também.”
O mausoléu fica no Memorial Necrópole Ecumênica, no bairro santista de Marapé, e está aberto para visitações gratuitas agendadas desde maio.
Neste Dia de Finados, contudo, não houve necessidade de agendamentos prévios. Segundo a assessoria do local, o mausoléu já recebeu mais de 5.000 visitantes em seis meses de funcionamento.
JOÃO PEDRO FEZA / Folhapress