Fecundação in vitro pode salvar rinoceronte-branco de extinção

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pela primeira vez, cientistas fizeram a fecundação in vitro de um rinoceronte-branco-do-sul. O resultado oferece esperança de que possa ser evitada a extinção do rinoceronte-branco-do-norte, que hoje se resume a duas fêmeas.

“Conseguimos algo que se acreditava impossível”, afirmou o chefe do projeto, o alemão Thomas Hildebrandt, em entrevista concedida nesta quarta-feira (24) em Berlim, na Alemanha.

A equipe internacional BioRescue, apoiada pelo governo alemão, disse que o procedimento resultou em uma gravidez bem-sucedida de 70 dias, com um embrião masculino bem desenvolvido de 6,4 cm de comprimento.

A fecundação de um rinoceronte-branco-do-sul com um embrião da mesma espécie é um “avanço crucial” na ajuda aos rinocerontes-do-norte, em perigo de extinção, destacou Hildebrandt, que faz parte do grupo científico BioRescue.

Na próxima etapa do programa de reprodução, os cientistas tentarão repetir o feito com um embrião de rinoceronte-branco-do-norte em uma mãe portadora da espécie muito próxima do sul.

O programa de reprodução, possibilitado pela fecundação in vitro de ovócitos por injeção de espermatozoides congelados, é a última chance de sobrevivência desses animais.

As duas fêmeas da espécie de rinocerontes-brancos-do-norte, Najin e sua filha Fatu, estão bastante idosas e não conseguem mais levar uma gravidez a termo.

O último macho, chamado Sudan, morreu em 2018 na reserva de Ol Pejeta no Quênia, onde Najin e Fatu vivem sob vigilância 24 horas por dia, protegidas de caçadores.

A equipe de Hildebrandt agora tem como objetivo “produzir rinocerontes-brancos-do-norte nos próximos dois anos e meio” -o processo pode levar mais tempo. A gestação em rinocerontes dura 16 meses.

A tecnologia também pode servir como modelo para outras espécies de rinocerontes ameaçados, como o rinoceronte de Sumatra, no sudeste asiático, acrescentou Hildebrandt.

Os rinocerontes-brancos-do-norte, que apesar do nome são na verdade cinzas, costumavam vagar livremente em vários países do leste e centro da África, mas seus números caíram drasticamente devido à caça feita por seus chifres.

Os rinocerontes modernos habitam o planeta há 26 milhões de anos, e estima-se que mais de um milhão ainda vivia em estado selvagem no meio do século 19.

Redação / Folhapress

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