PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Embora uma das amostras bacteriológicas da água do rio Sena estivesse “ligeiramente acima” do permitido, a World Triathlon (a federação internacional de triatlo) defendeu a decisão de autorizar a realização do revezamento misto olímpico de triatlo, na segunda (5).
Porém, o treino para as maratonas aquáticas previsto para esta terça (6) foi adiado, por “excesso de cautela”, segundo Paris-2024. As provas feminina e masculina estão marcadas para a quinta (8) e a sexta (9), respectivamente.
Anne Descamps, porta-voz de Paris-2024, anunciou que uma das amostras colhidas na segunda apresentou 436 bactérias Enterococcus por 100 mililitros, enquanto o limite estabelecido pela World Triathlon é de 400. Essa amostra, porém, garantiu ela, era de um trecho do rio fora da área de competição.
A coleta foi feita às 6h30 da manhã locais (1h30 em Brasília), uma hora e meia antes do início da prova. Os resultados foram recebidos às 10h da manhã, menos de uma hora após o encerramento da competição.
Os níveis de Escherichia coli, outra bactéria cuja concentração é medida, estavam na faixa “muito boa”: 326, 387, 411 e 517 bactérias nas amostras colhidas em quatro pontos diferentes do rio. O máximo permitido pela World Triathlon são 1.000 E. coli por 100 mililitros.
Para decidir em favor da realização do revezamento misto, o comitê organizador alterou ligeiramente o critério, em relação ao adotado para permitir as disputas individuais do triatlo, no dia 31 de julho. Decidiu-se antecipar em algumas horas a decisão, levando em conta testes da véspera e a previsão do tempo, para que os atletas não tivessem que aguardar até a manhã da prova para saber se competiriam ou não.
A dúvida sobre a realização das provas olímpicas no rio Sena, devido à contaminação por coliformes fecais, arrastou-se por meses. Os triatlos individuais acabaram sendo disputados no dia 31 de julho, e o misto, na última segunda, mas nenhum treino prévio foi autorizado.
ANDRÉ FONTENELLE / Folhapress