SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A RFEF (Real Federação Espanhola de Futebol) publicou dois comunicados nesta terça-feira (5). Em um, pediu desculpa pelo comportamento “inaceitável” de seu presidente afastado, Luis Rubiales, que deu beijo forçado em jogadora da seleção feminina. No outro, anunciou a demissão do técnico do time, Jorge Vilda.
As medidas foram divulgadas pelo presidente interino da associação, Pedro Rocha. Ele assumiu a presidência da entidade após o afastamento por 90 dias de Rubiales, determinado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol), justamente por causa do episódio na final da Copa do Mundo feminina.
Terminada a decisão, com vitória por 1 a 0 da Espanha sobre a Inglaterra, Rubiales segurou a cabeça da meia Jenni Hermoso e lhe beijou a boca. O dirigente disse que o gesto foi “consensual”, mas a versão da jogadora foi diferente, e, mesmo com o título mundial, instalou-se uma crise na federação.
A carta assinada por Pedro Rocha diz que a RFEF “considera imprescindível pedir as mais sinceras desculpas ao futebol mundial como um todo, às instituições do futebol, aos/às jogadores(as) de futebol, especialmente às jogadoras da seleção pelo comportamento totalmente inaceitável de seu mais alto representante institucional durante a final”.
Segundo o presidente interino da federação, “o dano causado ao futebol espanhol, ao esporte espanhol, à sociedade espanhola e ao conjunto de valores do futebol e do esporte foi enorme”. Ele ainda apontou que “as ações do Sr. Rubiales não representam os valores defendidos pela Federação Espanhola, nem os valores da sociedade espanhola como um todo”.
No segundo comunicado no dia, a RFEF avisou, “em uma das primeiras medidas de renovação anunciadas pelo presidente Pedro Rocha, que decidiu prescindir dos serviços de Jorge Vilda como diretor esportivo e selecionador nacional feminino”. O texto, diferentemente do anterior, é elogioso ao trabalho do treinador.
Mas a relação de Vilda, 42, com as jogadoras da seleção era bastante complicada. Após a eliminação na Eurocopa do ano passado, 15 delas assinaram um manifesto contra os métodos do técnico e a estrutura oferecida pela Real Federação Espanhola. Outras não assinaram o papel, mas disseram apoiar o que ele dizia. E a federação, então presidida por Luis Rubiales, bateu o pé.
Só três das signatárias do protesto retornaram ao time, e o clima de tensão foi constante. As jogadoras não comemoraram com o comandante seus muitos gols marcados no Mundial, realizado na Austrália e na Nova Zelândia. Nem a taça mitigou essas questões, e o novo comando da federação decidiu fazer mudanças.
Redação / Folhapress