RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Há dois anos, quando se apresentou no Espaço Favela–na primeira grande aparição do pagode no Rock in Rio–, Ferrugem deixou o show provocando o festival e dizendo que da próxima vez se encontraria com o público no palco Sunset, segundo maior do festival.
Nesta quinta, 19, conseguiu o que queria, e fez um show que honrou sua carreira que completa uma década e o gênero ao qual se dedica. O público, grande e engajado, estava pronto para recebê-lo.
Abriu com a tríade “Interessante”, “Me Perdoa”, parceria com Iza, e “Até que Enfim”, que mostrou a potência vocal pela qual é conhecido –e também a da plateia, que cantava cada deixa da música, e o fez durante toda a presentação.
O carioca foi acompanhado por mais de uma dezena de músicos para a estreia do pagode em um espaço mais nobre do festival –na esteira de uma abertura recente, depois de muita insistência do público, do festival a ritmos brasileiros.
Na apresentação no Favela, em 2022, Ferrugem já havia mostrado que o gênero era para um palco como esse, que receberá ainda artistas do calibre de Mariah Carey nos próximos dias. “Eu nasci sabendo disso”, disse o cantor.
O romance imperou no repertório do artista, que passou pelas declarações de “Eu Juro”, a fossa de “Me Bloqueia” e a vontade de uma recaída de “Tristinha”.
Também fez acenos ao público diverso do festival, apostando em versões clássicos nacionais, como “Evidências”, de Chitãozinho e Xororó e “Você Me Vira a Cabeça (Me Tira do Sério)”, de Alcione, que certamente estão no ranking das mais cantadas em karaokês brasileiros.
O hit “Atrasadinha”, parceria com Felipe Araújo, abriu caminho para a entrada do Gilsons, banda formada por um filho e dois netos de Gilberto Gil.
“Essa é para quem tá apaixonado. Essa e todas as outras.”, disse Francisco Gil, antes de cantarem “Love Love”, do trio, o refrão de “Bebê”, parceria entre eles lançada nesta semana e “Várias Queixas”, versão do Olodum que fez os Gilsons ficarem conhecidos –com Ferrugem, a música ganhou versão pagodeira.
O cantor se jogou no público, pedindo que ele marcasse o Rock in Rio “em nome do pagode e do samba”, e se despediu cantando a faixa que o projetou, “Piirata e Tesouro”, abraçando suas filhas e sua mulher.
LAURA LEWER / Folhapress