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Festa de são Jorge no Rio une fé, samba e homenagens ao papa Francisco

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A quarta-feira (23) começou em clima de devoção no Rio de Janeiro, com milhares de fiéis ocupando igrejas, ruas, terreiros e quadras de escolas de samba para celebrar o Dia de São Jorge. Feriado estadual desde 2008, a data é uma das celebrações religiosas mais populares da cidade.

Neste ano, a festa religiosa foi atravessada por homenagens a Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, que morreu na última segunda-feira (21).

Na tradicional paróquia de são Jorge, em Quintino Bocaiúva, na zona norte do Rio, a alvorada começou por volta das 4h30 com uma intensa queima de fogos. A primeira missa foi celebrada às 5h, dando início a uma maratona de celebrações que seguiram de hora em hora, até às 20h30. A procissão com a imagem do santo ocorreu às 16h, reunindo uma multidão pelas ruas do bairro.

O padre Dirceu, pároco da igreja matriz, abriu as celebrações com uma mensagem que explicava o cancelamento do espetáculo de drones previsto para este ano —600 deles formariam no céu a imagem de são Jorge enfrentando o dragão.

“Recebemos perguntas se a festa aconteceria. Acontece, porém com ajustes e adaptações”, afirmou o sacerdote. Em lugar do show, um telão exibiu trechos de discursos do papa Francisco em sua passagem pela Jornada Mundial da Juventude de 2013, no Rio.

No centro da cidade, a igreja de são Gonçalo e são Jorge, na Praça da República, também esteve cheia de desde as primeiras horas do dia, com devotos que visitavam a imagem do santo guerreiro, exposta desde a madrugada

A partir das 4h30, o palco montado na avenida Presidente Vargas dava início a sua programação. Um quadro com a imagem do papa foi colocado ao lado do altar e homenagens foram feitas em todas as missas.

O cantor e compositor Jorge Ben Jor, devoto histórico do santo, participou da festividade na Praça da República. Ele cantou a “Oração de São Jorge”, música que compôs em tributo ao guerreiro e que se tornou uma das trilhas sonoras não oficiais da data.

As homenagens a são Jorge se espalharam por todas as regiões da cidade e por municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias e Nova Iguaçu. Em Realengo, na zona oeste, a festa começou ainda de madrugada, com missa à meia-noite e alvorada às 5h. Ao longo do dia, houve procissão, feijoada e roda de samba.

As quadras das escolas de samba Estácio de Sá, União da Ilha e Grande Rio também abriram as portas para missas, café da manhã e música, reunindo devotos e festeiros num mesmo espaço.

O sincretismo religioso é uma das marcas da devoção ao santo. Em diversas casas de umbanda e candomblé, são Jorge é celebrado como Ogum, orixá das batalhas. O cruzamento entre tradições católicas e afro-brasileiras se expressa nos terreiros, onde o dia 23 de abril também é dedicado a celebrações e manifestações de fé.

Na cultura popular, são Jorge é onipresente: estampa muros em favelas, dá nome a comunidades, praças, e ruas. Patrono da Polícia Militar fluminense e considerado padroeiro informal da cidade do Rio de Janeiro —o oficial é são Sebastião—, o santo é visto como símbolo de proteção e resistência. Desde 2019, ele também é oficialmente padroeiro do estado.

A imagem de Jorge montado em seu cavalo branco, enfrentando o dragão, remete à lenda medieval que o consagrou. Segundo a tradição cristã, o soldado romano teria salvo uma princesa prestes a ser sacrificada à criatura, convertendo toda uma cidade ao cristianismo. Sua luta contra o dragão é vista como metáfora para os desafios da vida, para as batalhas cotidianas e para a esperança diante da opressão.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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