SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Só Track Boa assume uma face mais local a partir desta edição. O evento, que começa em São Paulo nesta sexta-feira (14), aposta no slogan “Made In Brazil”, na tentativa de se consolidar como o maior festival de música eletrônica feito por brasileiros.
A ideia surfa na onda do sucesso de DJs brasileiros como Vintage Culture, Anna e Mochakk, que acumulam apresentações no exterior e também se diferencia do Tomorrowland e de outros festivais de música eletrônica de fora que produzem edições no Brasil.
Enquanto o Tomorrowland importa o line-up carregado de atrações internacionais que o consolidou no exterior, o Só Track Boa procura a mistura entre tendências nacionais e internacionais, e valoriza sonoridades brasileiras, como o funk, a exemplo de Mu540 e Caio Prince.
O formato importado pelo Tomorrowland preserva a configuração do festival, vendendo uma experiência similar à do original, em Boom, na Bélgica. Apesar de ter artistas brasileiros na escalação, o festival belga não assimila a identidade dos países por onde passa.
Além disso, o Só Track Boa também se diferencia do Time Warp, outro festival de origem europeia que tem uma edição no Brasil. Nascido na Alemanha, ele traz atrações do techno, importando a experiência dos clubes berlinenses. O Afterlife, norte-americano, também promove no país shows idênticos aos realizados no exterior, com foco no techno melódico.
Nesse cenário, o Só Track Boa ganha destaque ao assumir sua característica singular entre os quatro grandes ser brasileiro na origem. “Quando falamos do Só Track Boa, estamos assumindo uma referência que vem de fora e adicionando um tempero nosso dentro desse laboratório. Acreditamos que brazilians do it better”, afirma Vitor Reis, diretor criativo do festival.
Mais de 40 artistas nacionais e internacionais vão se apresentar no festival, na Neo Química Arena, em São Paulo, para um público estimado de 70 mil pessoas. O evento se detém na house e no techno, mas abre espaço para artistas de trance, afrohouse e techno melódico.
Entre os destaques estão CamelPhat, Bhaskar, Massano e o headliner do festival, Vintage Culture, também um dos responsáveis pela produção do evento. Neste ano, ele toca sozinho e depois divide as pick-ups com Anna, artista do techno melódico, corrente em ascensão na cena. Vintage lançou um álbum no último mês, nomeado “Promised Land” as novas faixas podem aparecer em sets no festival.
O duo britânico CamelPhat deve atrair o público para o palco principal na noite de sábado. Eles são responsáveis por hits como “Cola” e “Breathe”, e já lideraram o ranking da BeatPort, principal site de compras da música eletrônica.
Após problemas com reclamações de barulho em 2023 no Autódromo de Interlagos, o festival se deslocou para a Neo Química Arena, na zona leste. Os palcos foram montados nos estacionamentos do espaço, e o estádio servirá de barreira sonora entre as duas estruturas principais.
O festival conta com três palcos: o principal, batizado de NSD abreviação do inglês “Never Stop Dancing”, nunca pare de dançar, o Oca e o LuvLab, um espaço será destinado à experimentação, com sets em dupla juntando artistas de funk, eletrônica e MPB. Mu540, do funk, divide as pick-ups com Mochakk, do house, na sexta-feira e Luedji Luna canta para Francis Mercier discotecar no sábado (15).
Com as misturas inusitadas, o festival espera atrair um público que circula em festas “underground” da cena eletrônica de São Paulo, que não costuma frequentar festivais como o Só Track Boa, de caráter mais comercial.
Marcelo Madueño, diretor de produção de eventos da Entourage Live, a produtora do festival, destaca que uma pesquisa guiou parte das escolhas para esse ano. “As respostas das nossas entrevistas nos indicaram que as pessoas tinham interesse no funk, pop e trap”, ele afirma. “E não é pouca gente, estou falando de 60% dos respondentes.”
SÓ TRACK BOA
– Quando Sex. (14) e sáb. (15), a partir das 17h
– Onde Neoquímica Arena – av. Miguel Ignácio Curi, 111, São Paulo
– Preço Ingressos a partir de R$ 700
– Link: https://www.ingresse.com/sotrackboasp2024/
LUANA FRANZÃO / Folhapress