SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Festival do Rio, importante evento cinematográfico do país, abre sua 26ª edição nesta quinta-feira, 3, com a programação recheada dos filmes queridinhos na última temporada de festivais internacionais.
O Cine Odeon, próximo de completar cem anos, enfeita a sessão de abertura para convidados com o brilho remanescente dos tempos gloriosos para as salas de cinema, na noite em que “Emilia Pérez”, do francês Jacques Audiard, dá a largada ao festival.
O musical que concorreu à Palma de Ouro em Cannes, na França, levou as atrizes Selena Gomez, Zoe Saldana, Adriana Paz e Karla Sofía Gascón, em conjunto, a vencerem o prêmio de melhores atrizes no festival. Falado e cantado em espanhol, o filme narra a jornada de uma líder do tráfico no México, vivida por Gascón, que quer iniciar a sua transição de gênero.
Assim como fez no ano passado, o festival traz novamente para o Brasil o vencedor do Leão de Ouro no Festival de Veneza, evento que é um importante termômetro para o Oscar. “O Quarto Ao Lado”, primeiro filme em língua inglesa de Pedro Almodóvar, reúne Tilda Swinton e Julianne Moore em uma comovente história sobre afeto e as possibilidades de vida diante de um fim eminente.
Martha, vivida por Swinton, é uma repórter de guerra que recebeu o diagnóstico de câncer em estágio avançado e está decidida a pôr fim à sua vida para não sofrer fisicamente em seus últimos dias. Ela reencontra Ingrid, amiga de quem estava afastada, e as duas se reaproximam, até que Martha faz um pedido inesperado.
No festival italiano, o filme reascendeu o debate entorno da eutanásia, procedimento que visa abreviar, sem dor, a vida de um paciente que recebeu o diagnóstico de alguma doença terminal.
Se na última edição “Pobres Criaturas”, de Yorgos Latnhimos, papou estatuetas no Oscar –ainda que tenha perdido como melhor filme para “Oppenheimer”– depois de ser coroado em Veneza, as expectativas também são altas para “O Quarto ao Lado”.
Outros destaques internacionais exibidos no Festival do Rio são “Bird”, de Andrea Arnol, e “The Seed of the Sacred Fig”, de Mohammad Rasoulof, diretor iraniano que foi a Cannes depois de fugir de seu país, onde é perseguido por ter gravado o filme sem a permissão do regime. “Parthenope”, de Paolo Sorrentino, também compõe a programação depois de competir pela Palma de Ouro.
“Baby”, de Marcelo Caetano, filme brasileiro exibido na semana da crítica em Cannes e que levou Ricardo Teodoro a vencer o prêmio de melhor ator revelação, está entre os competidores na categoria de melhor longa de ficção do Festival do Rio, ao lado de “Retrato de um Certo Oriente”, inspirado no livro de Milton Hatoum e dirigido por Marcelo Gomes, de “Cinema, Aspirinas e Urubus” e “Paloma” –que triunfou na mesma corrida em 2022.
Outros títulos que concorrem ao prêmio são “Entre Seus Mortos”, dirigido por Marco Dutra e com Selton Mello e Marjoire Estiano, “Os Enforcados”, de Fernando Coimbra e estrelado por Leandra Leal, e “Malu”, novo filme com Carol Duarte, que no ano passado estreou seu primeiro filme internacional, “La Chimera”, da italiana Alice Rohrwacher, ao lado do ator Josh O’Connor.
Entre os documentários exibidos no festival, se destacam “A Queda do Céu”, de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro da Cunha, inspirado no livro homônimo de Davi Kopenawa e Bruce Albert que contrapõe os valores ocidentais com a cosmologia yanomami.
Já “Apocalipse dos Trópicos”, novo longa de Petra Costa, destrincha a influência da religião sobre os rumos políticos do país.
Festival do Rio
Quando De 3 a 13 de outubro
Onde: Programação Disponível em festivaldorio.com.br
ALESSANDRA MONTERASTELLI / Folhapress
