RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O litígio judicial entre Vasco e 777 Partners parece não ter espantado possíveis investidores. A reportagem apurou que, nas últimas 48 horas, um fundo árabe e mais dois grupos procuraram a diretoria do presidente Pedrinho e demonstraram interesse em adquirir a SAF cruzmaltina.
O fundo árabe já havia conversado com Pedrinho e seus pares há alguns meses. Porém, na ocasião, a diretoria associativa ainda não havia decidido acionar judicialmente a 777 e as tratativas ficaram estagnadas. No entanto, com a retomada do controle do futebol, os árabes novamente fizeram uma consulta sobre a situação.
Outros dois grupos demonstraram interesses nos últimos dias. A sondagem aconteceu por conhecidas empresas do Brasil que já fazem essa intermediação na Lei da SAF no país.
A Crefisa, porém, é quem possui as conversas mais avançadas. Presidente da empresa que patrocina o Palmeiras, José Roberto Lamacchia declarou apoio público a Pedrinho ainda na época da eleição e, inicialmente, estava disposto a investir somente nos naming rights de São Januário. A conversa para adquirir a SAF evoluiu mais recentemente. Colunista do UOL, Danilo Lavieri, inclusive, informou que o empresário está nos Estados Unidos disposto a negociar a compra da Sociedade Anônima com a 777.
Pedrinho rechaçou qualquer possibilidade do futebol do Vasco voltar ao modelo associativo. A afirmação foi feita em entrevista coletiva em São Januário horas depois de obter a liminar:
777 TORNA-SE MINORITÁRIA NA SAF APÓS LIMINAR
O Vasco obteve a liminar favorável na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro na quarta-feira (16). Com a decisão, a associação retomou 40% das ações da 777 que ainda não haviam sido pagas pela empresa norte-americana. Com isso, pela nova configuração, o associativo possui cerca de 70% da SAF contra 30% da holding, o que coloca Pedrinho como controlador majoritário do futebol.
O Vasco teve como objetivo garantir que as ações da SAF não fossem penhoradas ou dadas como garantia em caso de falência ou insolvência da 777. A ação também cita os processos de fraude financeira que a empresa americana tem respondido no exterior.
O juiz Paulo Assed Estefan classificou as operações da 777 Partners como “estranhas”. Cita, por exemplo, um saque a título de empréstimo logo após um dos aportes ao Vasco.
No dia seguinte à liminar do Vasco, a 777 Partners sofreu outra derrota judicial, só que na Bélgica. A Justiça local bloqueou os ativos da empresa no país por dívidas com o Standard Liége, outro clube que pertence à holding dos americanos.
BRUNO BRAZ / Folhapress