Filhas de Malcolm X processam FBI, CIA e polícia pela morte do ativista

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Três filhas de Malcolm X, ativista do movimento negro morto nos EUA em 1965, anunciaram nesta sexta-feira (15) que processaram a CIA, o FBI, a polícia de Nova York e outros pelo assassinato do pai.

As filhas alegam que as entidades estavam cientes e envolvidas no assassinato, segundo a Associated Press. Na ação, a família do ativista também afirma que a promotoria suprimiu o papel do governo no crime.

Em 2021, dois homens que haviam sido condenados em 1966 pelo crime foram absolvidos. Um terceiro homem, que confessou a participação no assassinato, foi solto em 2010. Durante o julgamento, ele já havia dito que os outros dois eram inocentes.

O processo diz que houve uma relação “corrupta, ilegal e inconstitucional” entre as autoridades policiais. As filhas afirmam que esse suposto conluio “foi ativamente ocultado, tolerado, protegido e facilitado por agentes do governo”.

A polícia de Nova York, alinhada com agências federais, teria prendido a equipe de segurança de Malcolm dias antes da morte. Segundo o processo, os funcionários foram removidos do local onde o ativista estava para que o assassinato fosse cometido.

O advogado Ben Crump, que representa as filhas, falou em covardia. “[Que as autoridades] aprendam sobre todos os atos covardes que foram cometidos por seus antecessores e tentem corrigir esses erros históricos”, disse a jornalistas, segundo a Associated Press.

QUEM FOI MALCOLM X

O ativista nasceu em 19 de maio de 1925, em Omaha, no estado do Nebraska, Estados Unidos. Considerado uma das personalidades de maior influência para o movimento Black Power, ele lutou por direitos civis da população negra defendendo o nacionalismo negro e ideias que, décadas depois, ainda contribuem para a luta antirracista.

Malcolm X tinha um projeto mais radical do que o proposto por outro famoso líder negro, o pastor Martin Luther King. Enquanto Luther King acreditava que os negros deveriam buscar a integração à sociedade estadunidense, Malcolm era a favor do desenvolvimento da própria comunidade negra em diferentes aspectos, como na economia e religião, com negros trabalhando com e para os negros.

O ativista também era a favor do enfrentamento dos brancos por meio da autodefesa, uma postura até então diferente do pacifismo pregado pelo pastor.

Em 21 de fevereiro de 1965, Malcolm X foi baleado por três homens em um auditório onde faria uma palestra, no Harlem, em Nova York. Alvejado por mais de 10 tiros, ele não resistiu aos ferimentos. Ele deixou a esposa e seis filhos.

Redação / Folhapress

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