SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Brasil se despediu de dois nomes fortes nas oitavas de final da oitava etapa do Circuito Mundial de Surfe da WSL. Nesta quarta-feira, Filipe Toledo e Italo Ferreira deram adeus à disputa em Trestles, nos Estados Unidos, em baterias intensas, decididas nos detalhes. E, no caso de Filipe, com muita controvérsia.
Atual bicampeão mundial e com histórico dominante na onda californiana, Filipe Toledo encarou o norte-americano Griffin Colapinto, surfista local de Trestles, em uma das baterias mais aguardadas do dia. E começou do jeito que a torcida brasileira esperava: afiado, preciso e agressivo.
Antes mesmo de Griffin pegar sua primeira onda, Filipe já havia carimbado um 8.00 e um 7.50 resultado de uma combinação de manobras modernas, com bastante fluidez e progressividade. Mas o norte-americano cresceu na segunda metade da bateria, colando no placar com 7.90 e 7.07, acirrando a disputa.
A polêmica, no entanto, veio nos minutos finais.
Faltando menos de quatro minutos, Griffin, que não tinha a prioridade, pegou uma onda que Filipe optou por deixar passar. A escolha quase custou caro. O norte-americano encaixou boas rasgadas e uma finalização sólida, mas sem grandes destaques técnicos. Precisava de 7.61 para virar levou 7.57. Por pouco.
Menos de um minuto depois, os dois ainda tiveram uma última chance. Filipe veio forte: atacou a onda com velocidade e completou um aéreo com rotação completa, cravando 8.30 e fechando sua somatória em 16.30.
A resposta de Griffin foi uma sequência de manobras mais tradicionais, com forte finalização, mas sem a mesma ousadia. Mesmo assim, os juízes enxergaram sua performance como superior, anotaram 8.93 e decretaram a eliminação do brasileiro.
ITALO ERRA E DÁ ADEUS
Quem também se despediu em uma bateria de alto nível foi Italo Ferreira. O campeão olímpico enfrentou o australiano Joel Vaughan e parecia no controle da disputa até os momentos finais.
Com um 8.37 e um 7.83, Italo liderava com boas manobras e um aéreo de rotação que empolgou.
Faltando pouco mais de dois minutos, o brasileiro, no entanto, cometeu um erro estratégico: escolheu a onda errada para bloquear o adversário, deixando a prioridade escapar.
Na sequência, o australiano veio sozinho em uma onda limpa da série, acertou um grande aéreo e completou com força no inside. A virada veio com um 8.57, somado ao 8.30 anterior.
GUILHERME DORINI / Folhapress
