Filme com Donald Trump estuprador ainda não tem distribuidora nos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A equipe de “The Apprentice”, filme sobre Donald Trump, aponta situação análoga à censura como fator para falta de distribuição do longa nos Estados Unidos. A produção conta episódios controversos da vida do político, que se tornou o primeiro ex-presidente considerado culpado pela Justiça em ação criminal na história dos EUA, em veredicto divulgado nessa quinta-feira.

A equipe do filme alega que as distribuidoras estão com receio de lançar o longa e ir contra a força da figura política de Trump, que atualmente está liderando as pesquisas para a Presidência, informou a Variety. A produção estreou no Festival de Cannes de 2024, que aconteceu nesse mês.

Os produtores acreditam que as distribuidoras temem uma vingança por parte de Trump em uma eventual volta do político à Casa Branca, situação na qual ele poderia se aproveitar da posição para bloquear ou retardar negócios.

Mas apesar de estar bem nas pesquisas, Trump sofreu um abalo ao ser condenado na decisão tomada por um júri de 12 pessoas, o qual avaliou que o empresário é culpado nas 34 acusações de falsificação de registros empresariais para encobrir pagamentos à atriz pornô Stormy Daniels e evitar que ela divulgasse supostamente ter mantido relações sexuais com ele às vésperas da eleição de 2016.

Legalmente, a condenação não tem nenhum impacto sobre a campanha do republicano pela Presidência neste ano. Não há nenhuma previsão na Constituição americana que impeça alguém declarado culpado por um crime de concorrer —mesmo que esteja preso.

Tal veredicto contra Trump se soma na vida do político a outros episódios polêmicos retratados em “The Apprentice”, estreado antes da condenação do ex-presidente. O filme se concentra na ascensão de Trump entre os anos 1980 e 1990, de herdeiro de uma empresa familiar arcaica, afundada em problemas, a salvador de uma Nova York decadente.

Uma das cenas marcantes do longa envolve Ivana, primeira mulher do americano, que chega em casa com um presente —um livro sobre como encontrar o ponto G, e tomado por mais desprezo pela mulher do que por raiva, Trump a joga no chão e a estupra.

Ivana, morta há dois anos, relatou o caso no final dos anos 1980, mas voltou atrás e retirou as acusações.

É com essa configuração do filme, tratando de episódios nebulosos da vida do ex-presidente, e com a possível ascensão de Trump à presidência que os produtores lidam com a falta de interesse de distribuição do longa.

Segundo a Variety, há ainda a problemática do cinema independente estar ligado a grandes estúdios, que hesitam em assumir um projeto que tem a possibilidade de fazer deles inimigos de Trump, que em breve poderá ser a pessoa mais poderosa do mundo.

Problemas jurídicos e as reações políticas não valeriam a pena para as empresas e deixaram “O Aprendiz” lutando para encontrar um distribuidor que possua recursos financeiros para promover o filme.

Redação / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS