RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – As praias do Rio de Janeiro, que ficaram lotadas neste fim de semana marcado pelo calor, foram palco também de furtos, roubos e tumulto. Nas ruas da zona sul, ônibus foram danificados.
A Polícia Militar afirma que fez 135 abordagens e que mais de 80 pessoas foram conduzidas a delegacias em Copacabana somente no domingo (24) -destas, duas permanecem presas. A corporação afirma ainda que nove facas foram apreendidas com pessoas que estavam na faixa de areia da praia de Copacabana e que todas elas foram levadas às delegacias.
Neste domingo, o número de conduções às delegacias ficou bem acima da média do ano.
Um levantamento do 1° CPA (Comando de Policiamento de Área) mostra que, de 1º de janeiro a 31 de agosto, a PM fez 1.953 prisões e apreendeu 459 adolescentes suspeitos de roubos e furtos em toda a cidade, uma média de quase 10 por dia, bem menos do que os 80 detidos em Copacabana no domingo.
Dos presos e apreendidos por furtos e roubos ao longo de 2023, 11,9% (287) eram reincidentes, ainda segundo a PM. “Vale ressaltar que há indivíduos envolvidos em práticas delituosas nas praias da orla do Rio de Janeiro que muitas vezes estão em situação de vulnerabilidade, tornando seu contexto de instabilidade e reincidência muito mais amplo do que as ações conduzidas pelas forças policiais”, disse a corporação, em nota.
Em uma das ocorrências deste domingo, um grupo passou em frente a um ponto de ônibus na avenida Princesa Isabel, em Copacabana, e lançou pedras portuguesas contra as pessoas. Segundo a Guarda Municipal, agentes que estavam no ponto de ônibus seguiram o grupo até a altura do shopping Rio Sul, em Botafogo -os bairros são ligados pelo túnel Novo-, onde o grupo se uniu a outro. No local começou um tumulto envolvendo também guardas e banhistas, e granadas de luz e som foram usadas para dispersar o grupo.
A ocorrência terminou com 34 adolescentes e 12 adultos conduzidos pela Seop (Secretaria Municipal de Ordem Pública) para a 12ª DP (Copacabana). Eles passaram por verificação e foram escoltados por guardas e policiais até embarcarem em um ônibus, segundo a Seop.
Também houve tumulto em outros pontos da zona sul. No Leme, um princípio de arrastão afastou banhistas no domingo.
Nas ruas de Copacabana e Ipanema, ônibus circulavam com as janelas arrancadas e com pessoas no teto. O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, estima que cerca de 100 ônibus foram alvo do que chamou de “atos criminosos” no fim de semana. O sindicato afirma que 25 veículos ficarão fora de circulação porque sofreram danos mais graves.
“Muitos deles são parte dos 700 novos veículos comprados entre 2022 e 2023. O prejuízo é do passageiro, que passa a contar com menos ônibus nas ruas, e das empresas, que em períodos de alta temperatura gastam mais de R$ 2 milhões por mês com esses reparos”, afirma o Rio Ônibus, em nota.
YURI EIRAS / Folhapress