SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Com carros elétricos e emissão neutra de carbono, a Fórmula E voltará a São Paulo em dezembro para a primeira corrida da 11ª temporada. Além de acelerar no Sambódromo do Anhembi, a categoria pode ser um “guia” para melhorar a pior qualidade de ar do mundo.
O QUE ACONTECEU
São Paulo registrou a pior qualidade do ar entre grandes cidades por dois dias seguidos. O monitoramento é feito pelo site IQAir, uma instituição parceira da ONU (Organização das Nações Unidas) que mede a qualidade do ar no mundo todo.
Curiosamente, a cidade receberá um evento de uma categoria que preza pela sustentabilidade e energia limpa. São Paulo será palco de uma corrida de Fórmula E pela terceira vez, mas agora será a responsável por abrir a temporada.
Tanto que o piloto brasileiro Lucas Di Grassi apontou a Fórmula E como um “laboratório” para incentivar o transporte elétrico. O paulistano de 40 anos que também foi piloto de Fórmula 1 em 2010 está na categoria desde a primeira temporada, em 2014/15.
“A gente precisa [trazer a questão de sustentabilidade] Por exemplo, a São Paulo bateu o recorde como a cidade mais poluída do mundo segunda (9) e terça-feira (10). e um dos jeitos de você despoluir uma cidade como São Paulo é tendo veículos elétricos, principalmente veículos de transporte público e comerciais. E a Fórmula E é um laboratório pra isso. Então, aos poucos, as pessoas vão entendendo a razão por trás da Fórmula E. Espero que isso ajude a aumentar o público que segue a categoria”, disse Di Grassi à reportagem.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que a baixa qualidade do ar é fruto de queimadas em diversas cidades paulistas. O político participou do evento de lançamento da corrida da Fórmula E, que aconteceu na sede da prefeitura, na última terça-feira (10).
“É um evento adverso por conta das queimadas que tiveram aqui no interior de São Paulo, mas nos traz uma reflexão. Quando a gente traz a Fórmula E, energia limpa, geração de emprego e renda, São Paulo positivo, mas a gente traz junto também uma conscientização da importância da descarbonização”, afirmou o prefeito.
APESAR DO AR, SÃO PAULO É ‘PALCO MUNDIAL’
“É muito importante ter a abertura da temporada 11 aqui em São Paulo. Estamos falando de um dos maiores ambientes urbanos do mundo. Também, 11 milhões de fãs que a Fórmula E tem aqui neste país. Então, definitivamente, nós os honramos e nos sentimos muito orgulhosos de estarmos aqui lançando o que provavelmente será a temporada mais incrível da Fórmula E”, afirma Alberto Longo, cofundador da Fórmula E.
Alberto apontou ainda que os “maiores eventos do mundo” acontecem na capital paulista. Ele usou como exemplo a partida entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, da NFL, que aconteceu na Neo Química Arena na última sexta-feira (6).
São Paulo é uma das maiores cidades do mundo, mas é também uma das cidades onde acontecem os maiores eventos do mundo. Recentemente, nós tivemos um jogo da NFL aqui em São Paulo, 42 mil pessoas assistiram esse jogo. Podemos também falar da Fórmula 1, da Fórmula E, e de muitos eventos internacionais, automobilísticos. Muita gente que quer assistir a esses eventos e muitos eventos que querem estar aqui.
Já Guilherme Birello, organizador da prova paulista da Fórmula E, a escolha de São Paulo para abrir a temporada é “reconhecimento de trabalho”. Será a segunda corrida da categoria este ano, a primeira aconteceu em março, também no Anhembi.
A gente passa a abrir o campeonato. É o reconhecimento do trabalho que a prova já teve e também é o reconhecimento do próprio ecossistema da Fórmula E. Para nós, o desafio é técnico. Porque agora serão novos carros, tem muita mudança no regulamento que a gente tem que adaptar à realidade. Então, não deixa de ser uma confiança na equipe brasileira para lidar com as novidades. Guilherme Birello, organizador da prova de São Paulo da Fórmula E
A corrida de Fórmula E em São Paulo será em 7 de dezembro (sábado), novamente o Sambódromo do Anhembi.
CAROLINA ALBERTI / Folhapress