BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O céu de Brasília amanheceu encoberto de fumaça neste domingo (25). De acordo com Corpo de Bombeiros, a fumaça vem dos incêndios florestais na região sudeste.
Desde as primeiras horas da manhã deste domingo o famoso azul do céu de Brasília foi tomado por uma mancha acinzentada. O cheiro de fumaça e fuligem pode ser sentido por todo o plano piloto de Brasília, segundo relatos de moradores. A baixa umidade de Brasília nessa época intensifica a sensação de incômodo.
As torres do Congresso Nacional ficaram praticamente encobertas. A névoa pode ser vista tanto no Plano Piloto, região central onde fica a Esplanada dos Ministérios, quanto nas regiões administrativas vizinhas, como Samambaia, Águas Claras, Sobradinho e Taguatinga.
O Distrito Federal registrou desde sábado (24) 93 ocorrências de incêndios, atingindo 220 hectares, e dez estão ativos neste domingo. Mas esses números são considerados dentro da média, por se tratar de uma época de seca na região –o que não seria suficiente para gerar essa quantidade de fumaça.
“Toda aquela fumaça de vários incêndios daquela região no estado de São Paulo e foi empurrado de lá devido a alteração do vento”, diz o major João Henrique Correia Pinto, do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, após análise baseada nas imagens de satélites e condições meteorológicas.
Os incêndios deixaram caos em cidades paulistas, com fuligem e muita fumaça no ar. São Paulo teve neste ano, até 23 de agosto, 4.973 focos. É o maior número registrado desde 1998, quando o Inpe (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Espaciais) iniciou o monitoramento dos focos por satélite. As chamas também são registrados no Triângulo Mineiro, onde fábrica teve de ser evacuada
No Distrito Federal, os focos de incêndios estão concentrados nas áreas de encontro entre a área rural e urbana, como em beiras de estradas. Nenhuma unidade de conservação foi atingida. Segundo o major dos Bombeiros, a fumaça tende a dissipar com o aumento da temperatura.
A época mais crítica para incêndios na capital federal é setembro, quando o período de seca atinge seu auge. Já são quatro meses sem chuva em Brasília –a última precipitação foi registrada oficialmente em 24 de abril.
PAULO SALDAÑA / Folhapress