SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pelo menos 40 pessoas morreram e 4 milhões de residências e empresas ficaram sem energia depois da passagem do furacão Helene pelos Estados Unidos nesta sexta-feira (27), de acordo com autoridades locais. O Helene atingiu primeiro a Flórida e depois avançou para Geórgia, Carolina do Sul e Tennessee, causando enchentes e bloqueando estradas.
Na véspera, o furacão havia subido para a categoria 4 ao tocar o solo americano, o que indica um fenômeno “extremamente perigoso”. De acordo com o NHC (Centro Nacional de Furacões) dos EUA, deslizamentos de terra por consequência do furacão devem ocorrer na região das montanhas Apalaches, no sudeste do país.
Entre os mortos na Geórgia havia um casal que teve seu trailer arrastado. Na Flórida, uma das vítimas morreu enquanto atravessava uma estrada, e em Charlotte, na Carolina do Norte, uma árvore caiu sobre uma casa e matou uma pessoa.
O furacão Helene alcançou a costa americana com ventos que chegaram a 225 km/h nas imediações de Perry, cidade no noroeste da Flórida que tem quase 7.000 habitantes. Os aeroportos de Tampa e Tallahassee, no leste e no noroeste do estado, respectivamente, foram fechados.
Em uma mensagem na rede social X, o governador da Geórgia, o republicano Brian Kemp, pediu aos moradores do estado que se preparem “para novos impactos do Helene”.
Apesar dos alertas, algumas pessoas ouvidas pela agência de notícias AFP permaneceram em zonas de perigo. Patrick Riickert, por exemplo, recusou-se a deixar sua pequena casa de madeira na Flórida. Ele fez o mesmo em 2018, quando o furacão Michael atingiu o estado. “Confio na minha fé que Deus me manterá a salvo”, afirmou.
“Este será um evento que afetará vários estados e que pode ter um impacto significativo”, disse a administradora da Agência Federal para a Gestão de Emergências, Deanne Criswell, na Casa Branca, depois de informar o presidente Joe Biden sobre a situação. “O presidente quer garantir que todos prestem atenção aos possíveis impactos dessa tempestade, que podem colocar vidas em risco”, declarou.
Milhões de pessoas têm sido impactadas por fenômenos meteorológicos extremos e por ondas de calor prolongadas em todo o mundo nas últimas semanas. O IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática) já afirmou que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças é causada pela ação humana.
Dados da Organização Meteorológica Mundial, agência da ONU (Organização das Nações Unidas) para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência das mudanças climáticas.
Redação / Folhapress