Fuzis foram utilizados em ataque que deixou dois mortos em aeroporto

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ataque contra o empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, 38, no terminal 2 do aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na tarde de sexta-feira (8), foi feito com dois tipos de fuzil frequentemente utilizados para execuções, ou seja, com uma possibilidade pequena do alvo sair vivo.

A investigação da Polícia Civil recolheu na área de desembarque do aeroporto 21 cápsulas de munição calibre 7,62×39 mm, utilizadas, por exemplo, em fuzis AK e outros quatro estojos deflagrados de calibre 5,56 mm, munição típica de fuzis AR-15.

Os investigadores ainda encontraram próximo ao local da emboscada dois estojos deflagrados de munição .223, calibre próximo ao 5,56 mm e que pode ser carregado no mesmo tipo de armamento.

Especialista em armas, o consultor sênior do Instituto Sou da Paz, Bruno Langeani, disse que as armas em questão disparam com muita energia e são capazes de atingir longas distâncias e perfurar diversos tipos de blindagens mais simples.

Imagens do local do ataque mostram que Gritzbach foi atingido a uma curta distância. No entanto, o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais, 41, que também morreu, estava um pouco mais afastado do empresário. Uma bala perdida o atingiu nas costas. Novais foi enterrado nesta segunda-feira (11).

“Tanto os fuzis do padrão AK, como AR são usados em conflitos militares e forças policiais. O AK é menos comum no Brasil. Com exceção do Rio de Janeiro, onde o AK aparece com mais frequência, a maior parte dos fuzis na mão do crime em São Paulo é no calibre 5,56, pois tem mais canais disponíveis para fornecimento, tanto no mercado legal doméstico, quanto tráfico internacional”, explicou Langeani.

A investigação que apura as duas mortes também tentar entender se um trio de fuzis apreendidos no sábado (9) foram os mesmos usados pelos criminosos na execução do crime.

Uma ligação através do telefone 190 levou policiais militares até um terreno em Guarulhos onde foram encontradas duas mochilas dentro de um arbusto. Dentro delas estavam um fuzil com munição calibre 7,62 mm e um outro 5,56 mm. Uma chapa de carro também estava em uma das malas.

Outra mochila estava escondida em um terreno adjacente atrás de um trailer. Dentro dela estava outro fuzil calibre 7,62 mm e uma pistola Sarsilmaz, de origem turca, calibre 9 mm. Munições e carregadores das armas também estavam acondicionados nas três bolsas, assim como peças de roupas e luvas, um pano e sacos plásticos.

Para Langeni, os estojos encontrados no aeroporto são compatíveis com as armas encontradas pela PM depois da denúncia anônima. “Acredito que neste momento a perícia já esteja fazendo confronto balístico para determinar se as armas apreendidas foram as que dispararam”.

Pouco tempo depois do ataque, ainda na sexta-feira, policiais militares do 3° Batalhão de Choque encontraram um veículo Volkswagen Gol preto, que estaria envolvido no crime, abandonado na rua Guilherme Lino dos Santos, a mesma onde as armas foram achadas e apreendidas.

PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress

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