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G10 Favelas anuncia novo comando e planeja expandir atuação para a Faria Lima

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O G10 Favelas está sob nova liderança. Fausto Filho, 42, anteriormente coordenador da organização em Pernambuco, assumiu a presidência nacional após a saída de Gilson Rodrigues, 40, fundador do grupo que reúne líderes e empreendedores de favelas em todo o país.

A troca de gestão foi anunciada na semana passada, em jantar beneficente no hotel Rosewood. A partir de agora, o líder comunitário de Paraisópolis se dedicará a uma nova iniciativa, a Academia da Prosperidade e da Vida, focada em ensinar a metodologia de superação da pobreza desenvolvida pelo bloco desde 2019.

“Decidi sair porque sinto que o time está preparado e que o G10 vai continuar crescendo sem minha presença. Enfrentamos muitos desafios, como a pandemia, e as lideranças só cresceram e se organizaram nesse período. É hora de levar a experiência para fora da favela”, diz ele.

Além de seguir com projetos em Paraisópolis, bairro onde surgiu, o G10 ampliará duas de suas iniciativas na nova gestão: a Favela Brasil Express, serviço de logística que realiza entregas em comunidades, e o G10 Bank, banco digital com serviços financeiros para a favela.

Tanto a operadora logística quanto a fintech devem inaugurar escritórios na avenida Faria Lima até agosto deste ano e expandir seus territórios de atuação.

“Se conseguimos entregar na favela, conseguimos entregar em qualquer lugar da cidade. Por isso, estamos ampliando os CEPs contemplados pela Favela Brasil Express”, conta Rodrigues.

“Queremos romper com os muros invisíveis que limitam a favela e difundir soluções e tecnologias criadas por ela”, diz ainda, citando como exemplo replicável o modelo de microcréditos e financiamentos do G10 Bank.

O banco, que conta com 20 mil clientes, já concedeu crédito para 206 empreendedores, enquanto o serviço de logística movimentou mercadorias no valor total de R$ 2 bilhões. Por meio de seu hub de negócios, que se propõe a ser o “Vale do Silício das Favelas”, o G10 formou 55 negócios, que, juntos, faturaram R$ 148 milhões em 2024.

Com o objetivo de combater a pobreza, o bloco também levou cursos, eventos e capacitações para 10 mil pessoas, incluindo 1.100 na área de logística e 4.800 em culinária.

Satisfeito com o legado que deixou, Rodrigues passa o bastão para o recifense Fausto Filho, de modo que o comando do bloco será alternado a cada 18 meses, priorizando lideranças do Nordeste.

“Vamos dar oportunidade para que a região ganhe a visibilidade de Paraisópolis e oportunidades para desenvolver seus próprios programas e projetos”, afirma Rodrigues sobre o novo sistema de revezamento do bloco, que conta com mais de 4.000 membros em 400 favelas de 16 estados brasileiros.

Ele agora liderará a Academia da Prosperidade e da Vida, instituição de ensino de metodologias desenvolvidas no G10. Com sede em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, e estrutura digital, a “escola de empreendedorismo” oferecerá cursos livres, palestras, mentorias, acompanhamento de projetos e debates.

“O público-alvo não é apenas empreendedores da favela, mas as pessoas em geral que queiram entender nossa metodologia e nossos resultados. Será um espaço cheio de oportunidades para o empreendedor, mas sempre olhando para o coletivo”, diz Rodrigues.

Para ele, a força dos negócios originados na favela está na coletividade, uma vez que eles “só se mantêm de pé se as pessoas enxergarem seu valor”.

VICTÓRIA PACHECO / Folhapress

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