WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Presidido pelo Brasil, o G20 aprovou nesta quarta-feira (23), em Washington, um roteiro que visa reformar os BMDs (bancos multilaterais de desenvolvimento) na tentativa de torná-los mais capacitados para alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável previstos pela ONU (Organização das Nações Unidas).
O plano prevê reformas operacionais, aumento de capacidade financeira e maior coesão entre os bancos, além de estimular investimentos privados e recursos domésticos para impulsionar o desenvolvimento global.
Os BMDs são instituições financeiras públicas que têm como objetivo financiar projetos que estimulem o desenvolvimento econômico-social dos países que são clientes desses bancos. O BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e o Banco Mundial são exemplos de BMDs.
Em discurso de abertura de um jantar com ministros de finanças e presidentes de bancos centrais dos países membros do G20, Fernando Haddad (Fazenda) anunciou a aprovação um guia para orientar os bancos multilaterais de desenvolvimento ao cumprimento das metas.
Segundo Haddad, o roteiro foi desenvolvido em consulta a especialistas, à sociedade civil e aos próprios BMDs. “O trabalho teve como ponto de partida o legado das presidências anteriores do G20, incluindo a revisão das medidas de adequação de capital e outras importantes conquistas da presidência indiana”, completou.
Entre as ações apontadas para a reforma dos BMDs, estão aprimorar a eficiência operacional, aumentar a capacidade financeira e fortalecer a coesão entre essas instituições.
Segundo o ministro, os bancos precisam continuar refinando seus processos para se adaptar às dinâmicas em constante transformação no cenário global de desenvolvimento. “Isso envolve, entre outras ações, fortalecer o apoio a plataformas de financiamento lideradas pelos países, agilizar os fluxos de projetos e fomentar a inovação”, enumerou o ministro.
Ele disse que as reformas operacionais prioritárias agilizam fluxos de projetos e dão conta da melhoria da acessibilidade e da eficiência dos serviços oferecidos e fortalecem plataformas de financiamento.
Um dos focos da reforma deve ser a elevação de investimentos privados que ajudem a superar a baixa taxa de alavancagem dos bancos. A medida contempla também a mobilização de recursos domésticos e um maior incentivo de utilização de financiamento em moedas locais.
“Ao fortalecer os sistemas nacionais e expandir os recursos concessionais, os bancos estarão mais bem preparados para oferecer apoio direcionado às nações que lutam para atingir seus objetivos de desenvolvimento sustentável e enfrentar os desafios globais”, explicou Haddad.
Na sequência da aprovação do roteiro, o Grupo de Trabalho de Arquitetura Financeira Internacional desempenhará um papel central para garantir que as ações propostas sejam colocadas em prática, segundo o ministro. Ele finalizou dizendo que será preciso “estabelecer um processo colaborativo e dinâmico para acompanhar o progresso e responder aos desafios emergentes”.
Mais cedo nesta quarta, também nos EUA, Haddad havia anunciado o lançamento de uma plataforma que promete mapear e listar projetos de economia verde alinhados a planos do governo federal para o tema e reunir investidores e financiadores dos setores público e privado e instituições financeiras globais.
LUCIANA ROSA / Folhapress