Gabinete de segurança de Israel aprova cessar-fogo com Hamas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O gabinete de segurança de Israel aprovou, nesta sexta-feira (17), um acordo de cessar-fogo com o grupo terrorista Hamas, disse o escritório do primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu.

O gabinete é formado por 11 do total de 34 ministros que compõem o governo. Agora, todas as pastas precisam aprovar o acordo —algo recomendado pelo gabinete, “após analisar todos os aspectos políticos, de segurança e humanitários, e entender que o acordo proposto apoia a realização dos objetivos da guerra”, segundo comunicado.

O encontro estava previsto para acontecer na véspera, mas foi adiado em cima da hora pelo premiê, que acusou o grupo inimigo de querer mudar os termos do documento no último minuto.

O Hamas tinha negado o relato. Nesta sexta, disse que os obstáculos que haviam surgido em relação ao tratado foram resolvidos.

Se não houver mais contratempos, o cronograma inicialmente proposto pelo cessar-fogo se manterá, e os primeiros dos 33 mulheres, crianças, doentes e homens com mais de 50 anos sequestrados pelo Hamas no mega-ataque que deu início à guerra serão trocados por um número incerto de palestinos mantidos em prisões israelenses.

A troca, escalonada, acontece durante toda a primeira fase do acordo, com previsão de duração de 16 dias.

Depois, será negociada a libertação dos soldados homens israelenses que também estão em cativeiro, estimados em 29 pelas contas do Exército do país. Por fim, os corpos de mortos no ataque do Hamas, 36 segundo os cálculos mais recentes, serão devolvidos.

Posteriormente será estruturada a administração de Gaza, que era dominada pelo Hamas desde 2007, um processo complexo e ainda incerto, que dependerá muito da vontade de Trump.

A crise que ameaçava o início do cessar-fogo começou horas depois do anúncio da trégua. Em uma publicação no X, Bibi, como o primeiro-ministro é conhecido, acusou os palestinos de apresentarem de última hora mais uma condição para aprovar o texto: a retirada imediata de forças de Israel do chamado corredor Filadélfia, a fronteira de 17 km entre Gaza e o Egito sob a qual era feito tráfico de armas para os terroristas.

Pelo acordo até então, a retirada seria gradual, em 50 dias.

Dezenas de israelenses se aglomeraram em uma praça pública da capital, Tel Aviv, conhecida como praça dos Reféns, para mostrar seu apoio ao acordo que veria a libertação de dezenas de reféns israelenses.

Centenas de caminhões de ajuda, principalmente com suprimentos do Egito, estão em Arish perto da fronteira com Gaza, aguardando cessar-fogo. O país se prepara para entregar alimentos, tendas e outras ajudas, e hospitais egípcios estão prontos para tratar feridos de Gaza, segundo a Al Qahera News.

Em paralelo a isso, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse em entrevista à NBC nesta quinta-feira que ainda considera Netanyahu “um amigo”, embora “tenhamos discordado completamente recentemente”.

Biden e o presidente eleito, Donald Trump, que assume o cargo na segunda (20), disputaram o crédito pela trégua. Antes mesmo da divulgação oficial do trato, o republicano anunciou que houve êxito na negociação e vinculou o sucesso com sua vitória eleitoral, em novembro do ano passado.

Biden, por sua vez, adotou tom conciliador ao dar entrevista para anunciar o cessar-fogo, mas afirmou mais de uma vez que os termos do acordo são os mesmos que o seu governo havia proposto em maio do ano passado.

Redação / Folhapress

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