SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma ação conjunta retirou nesta quinta-feira (19) animais criados ilegalmente na TI (Terra Indígena) Apyterewa, no Pará. A operação foi realizada pela Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Polícia Federal e Força Nacional, com apoio da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará.
Foram retirados 158 bois e 25 cavalos, segundo a Funai. É a segunda ação desse tipo na terra indígena. Somadas, as duas operações já retiraram 530 animais criados ilegalmente no local.
A medida faz parte da fase pós-desintrusão da TI, determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em ação que reconhece os direitos dos povos indígenas à proteção de suas terras.
O rebanho retirado é enviado para uma quarentena em uma fazenda e, após avaliação de órgãos responsáveis, o gado de corte é encaminhado para um frigorífico. O valor arrecadado com o abate é usado para pagar a operação de retirada e a carne remanescente é distribuída para a comunidade indígena ou para a Secretaria de Assistência Social do Pará.
Segundo a Funai e o Ibama, as operações de retirada dos animais sofrem retaliações por parte de invasores da TI. Eles estariam boicotando a atuação dos órgãos públicos, praticando crimes como o furto do gado apreendido e a danificação de pontes para impedir a entrada de caminhões.
A criação ilegal de gado na TI é alvo da Operação Boi Prata, do Ministério Público Federal. Já foram movidas 48 ações contra os responsáveis pela comercialização de 50 mil cabeças de gado criadas ilegalmente na comunidade.
A Funai e outros órgãos federais também atuam na região para combater incêndios criminosos.
A Terra Indígena Apyterewa é uma das mais afetadas por invasões e desmatamento no Pará. Em 2021 e 2022, segundo dados do MapBiomas, foi a terra indígena mais desmatada do país: 8.247 hectares em 2021 e 10.525 hectares em 2022.
O MapBiomas é uma rede formada por ONGs, universidades e empresas de tecnologia.
De acordo com o Ibama, as ações de desintrusão fizeram com que o desmatamento ilegal caísse 97% no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Redação / Folhapress