Galo da Madrugada celebra a força do frevo e do brega em sua 45° edição

FOLHAPRESS – Em pé há quase três dias, o Galo da Madrugada aguardava ansioso na Ponte Duarte Coelho, Centro do Recife, para que seus festejos começassem. Afinal, é ele que há décadas marca o início do Carnaval no Recife. Mesmo com a abertura oficial tendo ocorrida na última quinta-feira (8) a noite, parece que a cidade estava ainda um pouco em suspenso, esperando os fogos pontualmente lançados às 9h deste sábado de Zé Pereira para que os trios elétricos indicassem a peregrinação até o galo gigante. Nem um minuto a mais e nem um a menos. Tradição é tradição, e disso o Carnaval de Pernambuco entende bem. Segundo a organização do bloco, 2,5 milhões de foliões se reuniram para festejar o Galo.

Reginaldo Rossi, icônico cantor de brega romântico falecido há uma década, foi o homenageado desta 45ª edição. As seis alegorias e 30 trios elétricos que seguiram do histórico Forte das Cinco Pontas até a Praça da República, atravessando pontes sob o sol de 30ºC –mas sensação térmica de 36°C– num percurso de 6,5 km, renderam tributo à obra do Rei do Brega sob diversas formas.

Assim também como fez o público, que caprichou nas fantasias para reverenciar canções do artista. “Garçom”, “A Raposa e as Uvas”, “Leviana”, “As quatro estações” foram algumas das mais vistas, dando espaço à criatividade e à paixão –duas grandes características de Reginaldo. A escolha do cantor como homenageado do bloco, entretanto, não foi unânime e alimentou uma polêmica na cidade: colocar o brega em foco na terra do frevo.

Rivalidade descartada por Roberto Rossi, filho único do cantor, que marcou presença vestido a caráter, com coroa na cabeça, príncipe do Rei do Brega. “O frevo e o brega não estão afastados e nem devem ser colocados como opostos, na minha opinião. Dos ritmos recifenses que mais difundem nossa musicalidade Brasil afora são justamente eles. Meu pai era um artista da massa, da verdadeira Música Popular Brasileira, e é isso que é o Galo da Madrugada”, defende.

Artistas locais e nacionais celebram a força da música pernambucana

Artista convidada do Galo da Madrugada por mais um ano, Juliette falou sobre sua relação com a música brega enquanto aguardava sua vez de subir no trio elétrico oficial do bloco.

“O brega está nas nossas raízes nordestinas, brasileiras. Pra mim pessoalmente é um ritmo muito importante, que sempre me impactou. Reginaldo Rossi é esse grande representante do brega no mundo, inclusive”, afirma a cantora. “O pop brasileiro seria impossível sem o brega, não existiria como existe hoje.”

Gaby Amarantos também se apresentou no Galo e decidiu declarar todo seu amor pelo brega e por Reginaldo em sua fantasia. “Ele era e continua sendo meu rei. Me chamava de ‘minha filha’, ele faz muita falta! Reginaldo pavimentou a estrada que eu hoje sigo dentro da minha música. Ele era popular e é isso que se trata o Carnaval, o Galo da Madrugada”, celebrou a artista paraense.

Além delas, se apresentaram ainda Vanessa da Mata, Michel Teló, Marcelo Falcão, Maestro Spok, André Rio, Michelle Melo, Nena Queiroga, entre muitos outros artistas.

VALENTINE HEROLD / Folhapress

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