Galpões do governo gaúcho com doações têm segurança reforçada após fake news

PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A Defesa Civil do Rio Grande do Sul aumentou o policiamento e os controles de identificação na entrada do seu centro de logística de Porto Alegre onde estão armazenadas doações de todo o Brasil destinadas aos desabrigados pelas enchentes que há duas semanas castigam o estado.

A medida foi tomada depois que pessoas se passaram por voluntários para filmar os galpões do lugar e divulgar vídeos nos quais afirmam que os donativos estão estocados sem que haja saída.

“Já tinha [controle de entrada], mas o pessoal estava tranquilo porque realmente havia ainda aquele espírito de que o pessoal quer ajudar, então a gente em tese não vai enfrentar esse problema. E enfrentamos. Então aí a gente acabou reforçando e acrescentando a questão da identificação”, disse a tenente Sabrina Reis, da Defesa Civil.

“A gente lamenta que essas pessoas prestaram esse desserviço de trazer essa informação de que nós estávamos retendo doações. Isso não é verdade.” Depois da difusão do vídeo com fake news, os falsos voluntários não retornaram ao local.

Mas, como conta a tenente Sabrina, houve outras tentativas de invasão do local por influencers que diziam querer retirar doações. “Várias pessoas tentaram acessar aqui, umas a gente identificou e não autorizou. Eu prefiro nem nominar”, relatou.

A reportagem esteve no local na tarde de segunda (13). A entrada principal está vigiada por soldados do Exército e da Polícia Civil, em duas diferentes barreiras –na segunda, é pedida a identificação de quem acessa o terreno, no qual servidores e voluntários trabalham em sete grandes galpões. Há também viaturas da Polícia Civil e da Brigada Militar.

A reportagem viu caminhões sendo carregados e deixando o local e outros chegando. Há, obviamente, espaços ainda cheios de donativos, cuja saída depende de alguns controles para que cheguem aos destinatários necessitados –no caso da Defesa Civil, em geral prefeituras e abrigos de todo o estado. Roupas, por exemplo, passam por uma triagem prévia, feita por voluntários –há 1.800 cadastrados para trabalhar no local.

“O estoque é muito dinâmico, assim como chegam doações, saem doações a todo momento. Tem situações, inclusive, que nós nem descarregamos o caminhão, ele já parte direto para entrega. Muitas vezes a gente deixa o caminhão, nem descarregamos”, disse a tenente Sabrina.

O centro de logística em Porto Alegre, que funciona num terreno que pertencia à antiga estatal gaúcha de energia (CEEE), privatizada, é um entre vários que a Defesa Civil possui pelo estado. Os donativos não são entregues a particulares. “Aqui nós não atendemos a pessoa que foi diretamente atingida. Essa demanda deve sempre ser canalizada no poder público municipal, seja por meio da assistência social, da Defesa Civil da cidade ou algum órgão da administração pública daquele município”, explicou a servidora.

FABIO VICTOR / Folhapress

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