SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O goleiro Ramón Souza, do Grêmio Anápolis, foi atingido por um tiro de bala de borracha disparado por um policial militar no estádio Jonas Duarte, na noite desta quarta-feira (10).
O tiro foi disparado durante uma confusão, na lateral do gramado, entre jogadores, ao final da partida entre Grêmio Anápolis e Centro Oeste pela 12ª rodada da divisão de acesso do Campeonato Goiano.
Um vídeo que registrou o momento mostra o policial empurrando um dos jogadores e depois atirando na perna do goleiro, em meio a uma gritaria.
Em nota, a direção do Grêmio Anápolis repudiou a violência e chamou o acontecimento de “lamentável, ridículo e revoltante”.
“Após o final da partida contra a equipe do Centro Oeste, nosso goleiro Ramón Souza foi atingido de forma covarde por um tiro de bala de borracha, efetuado por um policial da Companhia de Policiamento Especializado”, diz o comunicado. “Um ato horrível, inacreditável e criminoso de alguém que deveria prezar pela segurança e integridade das pessoas que ali estavam”.
O goleiro foi atendido em campo pelo médico da equipe, em uma UTI móvel, e levado para um hospital. O estado de saúde dele não foi divulgado.
O clube disse que entrará com as medidas cabíveis para responsabilizar o policial.
O Centro Oeste venceu por 2 a 1 e se afastou da zona de rebaixamento. O Grêmio é o penúltimo colocado e está em situação difícil no campeonato.
A Polícia Militar informou, também por meio de nota, que foi determinada a abertura de um procedimento administrativo para apurar os fatos com rigor.
A corporação disse que reafirma o seu compromisso com o cumprimento da lei e reitera que não compactua com qualquer desvio de conduta praticado por seus membros.
A Aparecidense, que tem contrato com o goleiro, se manifestou por meio das redes sociais.
“Este ato brutal e inaceitável atenta contra os princípios fundamentais do esporte, da segurança e da convivência pacífica em nossa sociedade. O futebol, símbolo de paixão e união, foi manchado por um episódio de extrema violência que não pode ser tolerado. Um campo de futebol deve ser um espaço de celebração, competição saudável e respeito mútuo, e não um cenário de agressões e medo”, criticou o clube.
O Ministério do Esporte lamentou o ocorrido e prestou solidariedade ao goleiro Ramón Souza, além de chamar o episódio de “ação desmedida” e “ato de violência”.
“Este episódio reforça a necessidade urgente de uma revisão nos procedimentos, garantindo que a atuação policial seja sempre pautada pelo respeito aos direitos humanos e pela proteção dos indivíduos.
Reiteramos nossa confiança na capacidade das autoridades competentes em conduzir uma investigação rigorosa e transparente, que leve à responsabilização dos envolvidos e à implementação de medidas que impeçam a repetição de tais fatos. É imperativo que se restabeleça a confiança na atuação policial, assegurando que episódios de violência não se tornem uma constante nos campos de futebol”, diz trecho.
Redação / Folhapress