Governo aciona tropa de ministros para atuar junto às bancadas e garantir aprovação de pacote

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O Palácio do Planalto acionou na noite de quarta-feira (18) uma tropa de ministros que são congressistas para trabalhar junto às bancadas partidárias e garantir a aprovação das medidas que integram o pacote de contenção de gastos do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com relatos, o ministro Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais) ligou para colegas da Esplanada após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ter encerrado a sessão do plenário sem avançar nas propostas diante do receio de não ter votos suficientes para a sua aprovação.

Foram acionados ministros do MDB (Renan Filho e Jader Filho), do União Brasil (Juscelino Filho e Celso Sabino) do PSD (Carlos Fávaro, Alexandre Silveira e André de Paula), do PP (André Fufuca) e do Republicanos (Silvio Costa Filho).

Padilha repassou a cada um deles como as respectivas bancadas tinham votado, indicando os deputados ausentes e que se posicionaram contra as medidas. Até mesmo ministros que não são deputados entraram em contato com seus colegas de partido.

Na manhã desta quinta (19), a SRI (Secretaria de Relações Institucionais) enviou ao líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), um mapa com o retorno que obteve dos ministros para seguir com o acompanhamento.

O próprio ministro Fernando Haddad (Fazenda) passou a manhã desta quinta em diversas ligações em seu gabinete na sede da pasta.

Um ministro acionado por Padilha diz à reportagem, sob reserva, que entrou em contato com cada um dos deputados de seu partido. Ele afirma que acompanhou a sessão direto de seu gabinete e ligou para os parlamentares que ainda não tinham registrado seus votos.

A avaliação é a de que quando o governo atua de forma coordenada, é possível “fazer a coisa andar” no Congresso.

Até poucos momentos antes de o resultado da votação do texto-base da PEC (proposta de emenda à Constituição) ter sido anunciado, líderes não sabiam dizer se ela seria aprovada ou não.

No primeiro turno, foram 344 votos favoráveis, uma margem larga em relação ao mínimo de 308 votos necessários para uma alteração constitucional.

Além da mobilização dos ministros, o governo também precisou sinalizar que irá abrir o cofre para ajudar a destravar a votação. Como a Folha de S.Paulo revelou, o Palácio do Planalto negociou com o Congresso a liberação de emendas extras para serem distribuídas a deputados e senadores que votassem favoravelmente ao pacote.

Segundo parlamentares a par das tratativas, essa emenda “pré-datada” será de até R$ 5 milhões para cada deputado que votar a favor das medidas e de cerca de R$ 12 milhões por senador.

VICTORIA AZEVEDO E IDIANA TOMAZELLI / Folhapress

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