SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) constatou que três escolas paulistas receberam as provas com o tema da redação do Provão Paulista um dia antes da realização, mas ainda assim decidiu que não houve fraude ou prejuízo aos demais estudantes. O resultado dos aprovados no vestibular foi divulgado nesta sexta-feira (26).
O secretário de Educação, Renato Feder, disse que uma comissão apurou as circunstâncias do vazamento e constatou que houve um erro na distribuição das provas. Segundo ele, o erro aconteceu após a data do Provão Paulista ter sido alterada em razão da paralisação de metroviários, ferroviários e funcionários da Sabesp.
“A comissão avaliou toda a situação e chegou a conclusão que não houve crime ou esquema de fraude. Eles tiveram acesso ao tema da redação um dia antes da prova. Isso aconteceu porque a gente teve que mudar as datas da prova devido à greve, mas em três escolas o caderno de provas acabou sendo entregue um dia antes por um erro de distribuição”, disse o secretário.
No dia em que foi divulgado o vazamento do tema da redação, a secretaria disse que três escolas tiveram acesso antes. As unidades eram da zona leste de São Paulo, de Campinas e São Carlos, no interior. O nome das unidades não foi informado.
Ainda segundo o secretário, a comissão avaliou que os demais estudantes não foram prejudicados, porque o vazamento foi apenas do tema da redação e não dos textos de apoio para a elaboração do texto. Os estudantes de 3º ano fizeram a redação no dia 30 de novembro, mas, na noite anterior, o tema “Desafios do combate à fome” já circulava nas redes sociais.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Júnior, afirmou que tem segurança sobre a conclusão da investigação e que não receia que o vazamento tenha prejudicado o processo seletivo. “A universidade ficou tranquila com as informações da secretaria de que não vamos receber alunos que não teriam capacidade para entrar na USP. Eu estou tranquilo”, disse. A USP oferta 1.500 vagas pelo Provão Paulista.
Feder também declarou que a organização da prova não corrigiu todas as redações. Dos 184.020 estudantes que fizeram todas as etapas do Provão, apenas 65.111 tiveram a redação corrigida.
Segundo o secretário, o processo de correção é “muito custoso”, por isso, o contrato previa que apenas uma parcela dos inscritos teria o texto corrigido.
“Foram corrigidas só as redações dos 65 mil que tiveram as maiores notas na prova objetiva. Quem não teve a redação corrigida, é porque não teria chance de ser chamado na primeira, nem na segunda ou terceira chamadas”, disse o secretário.
O Provão Paulista foi realizado pela primeira vez no ano passado, apenas alunos da rede pública podem fazer a prova. Ela vai selecionar estudantes para 15 mil vagas em cinco universidades estaduais de São Paulo: USP (Universidade de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Fatecs (Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo) e Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo).
ISABELA PALHARES / Folhapress