MACEIÓ, AL (UOL-FOLHAPRESS) – O governo de Alagoas informou que vai desapropriar a área de cinco bairros de Maceió afetados pela mineração da Braskem, que hoje pertence à empresa.
O objetivo é transformar a região que compreende aproximadamente 3km² em um parque ambiental. O anúncio foi feito pelo governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), horas após o rompimento ontem de parte da mina 18. Procurada, a Braskem ainda não comentou o anúncio.
A área dos bairros Mutange, Bebedouro, Bom Parto, Pinheiro e parte do Farol pertencem à Braskem. A área foi repassada após um acordo firmado entre a Prefeitura de Maceió e a empresa, prevendo uma indenização de R$ 1,7 bilhão ao município. O documento transferiu formalmente à Braskem a posse dos imóveis e da área, mas a empresa não pode edificar “para fins comerciais ou habitacionais”, conforme acordo anterior, firmado em 2020, com o Ministério Público Federal (MPF).
Em live, Dantas também informou que acionou o Instituto do Meio Ambiente (IMA) para fazer uma análise dos danos ambientais provocados pelo rompimento.
ENCONTRO ADIADO
A reunião marcada para esta segunda-feira (11) entre o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), e o governador Dantas foi adiada. Adversários políticos, os dois ainda não se encontraram pessoalmente desde o início da crise da Braskem, em 29 de novembro.
O prefeito anunciou uma viagem à Brasília para se encontrar com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para justificar sua ausência. Caldas enviou representantes para o encontro com Dantas.
Questionado, o governo estadual preferiu não se pronunciar sobre a mudança no encontro.
TENDÊNCIA É DE ‘ACOMODAÇÃO’
O coordenador da Defesa Civil de Alagoas disse que a tendência é de acomodação da mina. O coronel Moisés Melo afirmou que “a mina chegou à superfície em uma proporção 100 vezes menor do que o anunciado originalmente”.
Não há sinais de que o rompimento tenha afetado outras minas e o rompimento identificado não significa o colapso, mas, sim, o começo do processo. As informações são da engenheira geóloga Regla Toujaguez, professora da Universidade Federal de Alagoas.
Um desabamento total poderia abrir uma cratera com 300 metros de diâmetro na capital do estado, estimou a Defesa Civil. A população foi orientada a não transitar pela região.
BRUNO FERNANDES / Folhapress