BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) informou nesta segunda-feira (14) que abriu uma auditoria para investigar como a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem feito a fiscalização da Enel.
A concessionária tornou-se novamente alvo de críticas, após o apagão que deixou mais de 2 milhões de pessoas sem energia elétrica, após o temporal de sexta-feira (11) na região metropolitana de São Paulo.
O governo Lula também vai notificar a prefeitura da capital paulista, para que dê explicações em até três dias sobre a alegação da concessionária de que a queda de árvores, que seguem bloqueando vias e fiação, impedem o restabelecimento total do serviço.
“Além da Enel, estamos notificando a prefeitura de São Paulo porque há episódios de que essas companhias de concessão de energia elétrica sempre apresentam esse motivo para a demora no restabelecimento que são as árvores que caem sobre a fiação. Então queremos saber da prefeituar se ela tem mapeamento desses pontos críticos e que previdências tomou e tomará, se tem feito podas com a periodicidade que exige esse momento”, afirmou o secretário nacional do Consumidor, Wadih Damous
As declarações foram dadas durante entrevista de ministros do governo Lula a jornalistas, no Palácio do Planalto, para tratar do apagão que afetou a cidade de São Paulo. Participaram os ministros Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação Social), Vinícius Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Wadih Damous, secretário do Ministério da Justiça.
O apagão que atingiu a capital paulista e as cidades da Grande São Paulo deixou 2,6 milhões de clientes sem energia, sendo 2,1 milhões atendidos pela Enel. Nesta segunda-feira (14), ainda havia centenas de milhares de pessoas afetadas pela queda no fornecimento.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que deu prazo de três dias para a Enel resolver o problema e voltou a apontar que a Prefeitura de São Paulo tem parte de culpa no apagão que atinge a capital desde o temporal de sexta-feira (11).
O apagão tornou-se motivo de troca de acusações entre o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governo federal, em meio ao segundo turno das eleições municipais. Lula apoia Gulherme Boulos (PSOL), rival de Nunes na disputa.
O prefeito passou a ser alvo do ministro depois que postou críticas nas redes sociais, afirmando que o chefe de Minas e Energia falava em renovação com a Enel. Silveira chamou as afirmações de “fake news”, e afirmou que Nunes ainda tem tempo para se preocupar com a questão urbanística, em referência a árvores que caíram sobre a rede elétrica.
“Mais de 50% dos eventos foram causados por árvore caindo em cima do sistema de média e baixa tensão em São Paulo”, afirmou Silveira.
Após reunião neste domingo (13) das empresas distribuidoras de energia com a Aneel e a Arsesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo), foi divulgado que a resposta da Enel ao apagão ficou abaixo do esperado.
Também foi informado que a companhia ainda não tem um prazo definido para restabelecer completamente o fornecimento de energia elétrica aos consumidores afetados.
MARIANNA HOLANDA E RENATO MACHADO / Folhapress