Granada é encontrada dentro de armário em albergue no centro de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um funcionário de um albergue no centro de São Paulo encontrou uma granada dentro de um maleiro disponível para moradores de rua. O caso ocorreu na tarde deste segunda-feira (22) no Centro de Acolhida Temporária localizado na rua Prates, no Bom Retiro.

Conforme a Polícia Militar, o artefato estava no armário de um homem que não aparecia há cinco dias no albergue. A reportagem apurou que, como de praxe nesses casos, uma agente social foi verificar os pertences do abrigado e encontrou o artefato.

O Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) foi até o abrigo após ser acionado pela GCM. Os policiais constaram se tratar de um objeto inoperante, que teria sido usado na Segunda Guerra Mundial.

Após vistoria, o abrigo foi liberado.

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse que, na tarde desta segunda-feira (22), a equipe técnica do Centro Temporário de Acolhida Prates I acionou a Polícia Militar após encontrar um Reportagem da Folha de S.Paulo publicada em junho mostrou as más condições do abrigo.

A reportagem teve acesso a fotos que mostram um bebedouro interditado, animais na área do refeitório e problemas na estrutura, como falta de portas.

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social declarou que equipes da Supervisão de Assistência Social Sé realizam vistorias regulares nos equipamentos da pasta que compõem o Complexo Prates. “Os centros de acolhimento contam com manutenção, zeladoria e higienização diariamente, além de serviços periódicos de controle de pragas, tendo sido o mais recente realizado em maio deste ano”, afirmou a pasta da gestão Ricardo Nunes (MDB).

Em julho de 2023 o local chegou a ser cogitado como um espaço para receber dependentes químicos da cracolândia. No entanto, após manifestações de moradores e comerciantes do Bom Retiro a gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) desistiu de conduzir usuários de drogas para a área.

Um frequentador do Centro de Acolhida Prates, que pediu para não ser identificado por temer represálias, disse ser insalubre viver no local. Ele listou uma série de problemas e classificou o abrigo administrado por uma organização social como um “misto de purgatório e regime semiaberto”, em alusão a detenção de presos que voltam para a cadeia para passar a noite.

Segundo ele, após um bebedouro ser inutilizado há cerca de uma semana, os conviventes sofrem para tomar um simples copo de água e matam a sede com o pouco que sai de chuveiros ou de pias instaladas nos banheiros.

PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress

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