Grande SP tem alerta de emergência para incêndios neste fim de semana

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Defesa Civil paulista colocou a região metropolitana de São Paulo com classificação de emergência para riscos de incêndios no próximo fim de semana.

Conforme os meteorologistas do órgão estadual, a classificação ocorre em razão do tempo quente e seco que deve voltar a atuar no estado a partir desta sexta-feira (30).

Sem previsão de chuva, a umidade relativa do ar na cidade São Paulo poderá cair a 20% no fim semana, aponta o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), e os termômetros devem voltar a marcar 30°C na capital paulista.

Há quatro estágios de avisos para riscos de incêndio: baixo (amarelo), alto (laranja), alerta (vermelho) e emergência (roxo).

O alerta de emergência vale também para todo o norte e noroeste do estado. Apenas uma pequena faixa no litoral sul paulista não tem nenhuma das quatro classificações de risco de incêndio no domingo (1º).

Esses avisos ganham força após os incêndios que atingiram municípios paulistas no fim de semana. Balanço divulgado pela Defesa Civil na segunda (26) apontava 34 mil hectares de área queimada em 14 regiões do estado.

De acordo com o gabinete de crise instituído pelo governo Tarcísio de Freitas (Republicanos) na última sexta (23), o estado tem 48 municípios em alerta máximo para incêndios.

Nesta terça (27), três focos de incêndios foram registrados em Batatais (a 350 km de São Paulo), na região metropolitana de Ribeirão Preto, o que obrigou uma força-tarefa a atuar no combate às chamas.

Segundo o tenente Maxwel Souza, da Defesa Civil, esse mapeamento é uma das ferramentas usadas pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência) do órgão para adotar ações preventivas com os municípios nas áreas de risco.

Algoritmos, ele explica, cruzam informações como temperatura, previsão meteorológica, umidade do solo e do ar, acumulado de chuva e velocidade do vento para calcular os níveis de risco de incêndio. Esses dados são atualizados diariamente.

A partir dos mapas de risco, as cidades podem adotar medidas preventivas, como construção de aceiros -faixas livres de vegetação em terrenos que funcionam como barreiras naturais contra a propagação do fogo- e vistorias em locais atingidos pelas chamas anteriormente, além da divulgação de comunicados sobre o perigo à população.

Outra ferramenta usada pela Defesa Civil é o SMAC, um sistema de monitoramento operado em parceira com a Climatempo, com informações de quatro satélites que permitem enxergar focos de incêndio em áreas de até 15 metros quadrados.

Com esse sistema é possível descobrir se há fogo em locais distantes, onde normalmente não há vizinhança e por isso os bombeiros só são acionados quando as chamas já se alastraram. A partir desses dados, a Defesa Civil dos municípios é questionada se sabe do problema para agir.

De acordo com a Climatempo, diante de um cenário de clima seco acima do normal, o risco de ocorrência de queimadas deve seguir elevado até o início de outubro.

Vinicius Lucyrio, meteorologista da agência, afirma que os meses de agosto e setembro tradicionalmente registram o pico das queimadas -é um período em que o solo perde a umidade e há também a continuidade da seca desde o início do inverno, deixando a vegetação mais suscetível a incêndios.

“Neste ano, o cenário se agravou porque tivemos um verão com chuvas mais irregulares, que não garantiram uma recuperação eficaz da umidade do solo”, afirma.

O climatologista lembra que no último sábado, quando ocorreram inúmeros incêndios, o estado de São Paulo se encontrava na situação denominada pré-frontal, ou seja, o período imediatamente anterior ao avanço de uma frente fria com quadrante noroeste, que corresponde à entrada de ar quente e seco de forma mais acelerada.

“Esse cenário se agravou por causa dos ventos, que levaram as queimadas a se alastrar”, diz.

Balanço divulgado nesta terça-feira (27) pela Confederação Nacional dos Municípios mostra que, com recordes de focos de queimadas na amazônia e no pantanal, o decretos municipais de situação de emergência por causa de incêndios florestais mais do que triplicaram em 2024.

De janeiro até 26 de agosto foram 167 decretos, contra 57 no mesmo período do ano passado (alta de 193%).

Agosto é disparado o mês com mais ocorrências, com 118 dos 167 decretos de emergência por incêndios florestais neste ano (70% do total). Na comparação mês a mês, o aumento é de 354%, já que em agosto de 2023 foram registrados 26 decretos municipais por este motivo.

FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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