RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Em meio à euforia de turistas perambulando no belíssimo dia de sol desta segunda-feira (18), em Copacabana, um grupo de chineses não parecia muito feliz no calçadão de Copacabana no primeiro dia da Cúpula de Chefes de Estado no G20, no Rio de Janeiro.
De bonés brancos com a bandeira de seu país, cerca de 50 pessoas tomavam conta das mesas externas do Venga!, restaurante espanhol da Avenida Atlântica especializado em drinques, tapas e frutos do mar. Ao contrário dos ocidentais que ocupavam a parte de dentro do estabelecimento, os chineses não brindavam, não comiam e não sorriam.
Pareciam buscar sombra e um lugar para se sentarem. Um trabalhador da área comentou que o grupo estava no local desde 10h. Eles falavam baixo e bebiam água mineral, sempre observados por seguranças, também de olho nas bandeiras gigantes do Brasil e da China, aparentemente bem pesadas. Elas estavam enroladas e deitadas sobre o calçadão de pedras portuguesas mais famoso do mundo.
Comer, é verdade, até que comiam. Uma senhora de camisa vermelha deixou o boné de lado para traçar um pratinho de milho cozido, vendido por um ambulante. O grupo, segundo informaram ali perto, faz parte de uma claque trazida de seu país para aplaudir a passagem da comitiva chinesa. Muitos deles almoçaram naquelas mesas, mas optaram por uma comida servida em marmitas entregues mais cedo (eram umas 15h) por uma van.
A escolha daquele ponto não foi por acaso. Colado ao Venga! -e em cima dele também- fica o Chon Kou, o mais tradicional restaurante chinês da cidade, cuja fachada é toda inspirada na arquitetura do país de Xi Jinping. Emblemático e altamente instagramável.
O restaurante que acomodou a brigada chinesa por toda a manhã e boa parte da tarde desta segunda-feira também tem localização estratégica: ele está no meio do caminho entre o Museu de Arte Moderna (MAM), no Flamengo, que sedia a cúpula do G20, e o hotel Sheraton, no Leblon, onde Xi Jinping está hospedado para a cúpula.
Fica, ainda, praticamente em frente ao Forte de Copacabana, onde ocorreram os encontros bilaterais de chefes de Estado, e a cerca 600 metros do Fairmont, hotel que concentra o maior número de delegações, seis.
Estão por lá, por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de outros representantes do Brasil; o primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz; o premiê do Canadá, Justin Trudeau; e o presidente da França, Emmanuel Macron.
CLEO GUIMARÃES / Folhapress