SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Quatro pessoas ficaram feridas ao serem atingidas por munições de plástico disparadas à queima-roupa por guardas-civis municipais de Rio Claro, cidade do interior de São Paulo, na tarde deste domingo (20).
Os tiros foram dados contra um grupo de moradores que protestava contra a apreensão de uma motocicleta e questionava a ação dos agentes.
A Prefeitura de Rio Claro afirmou que foi determinada a instauração de procedimento disciplinar para apurar “eventuais excessos.”
De acordo com a Secretaria Municipal de Segurança e Defesa Civil, foram utilizados na ação cartuchos com bagos (pequeno objetos arredondados) de plástico de curta distância calibre 12.
A ação ocorreu na avenida 62 A, no bairro Oreste Armando Giovanni, em frente a um bar. A prefeitura afirmou que os agentes foram ao local averiguar abusos por parte de motoristas e motociclistas.
A confusão começou quando os moradores questionaram os motivos para apreensão da motocicleta.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram os guardas com espingardas ordenando que as pessoas se afastassem. Uma mulher então diz para eles atirarem e, na sequência, um agente dispara contra ela e outros moradores à queima-roupa.
A Secretaria da Segurança Pública do governo estadual afirmou que dois homens (de 26 e 35 anos) e uma mulher de 44 anos foram detidos. Além disso, uma adolescente foi apreendida.
“Guardas municipais foram atacados pelos suspeitos após realizaram uma apreensão de motocicleta, momento em que foram desacatados e foi necessário o uso de munição não letal contra a população”, afirmou a pasta.
Ainda segundo a secretaria, uma viatura foi danificada e passará por perícia. O caso foi registrado como lesão corporal, desacato, ameaça, resistência e dano.
Os quatro detidos tiveram ferimentos nos braços, pernas, e tórax.
Em entrevista à EPTV (filiada da Globo na região), o mecânico montador Guilherme Henrique Alves dos Santos, 22, proprietário da moto, criticou a ação dos guardas.
“A população perguntou por que de tudo isso, aí e eles chegaram atirando, mandando bala no povo. Considero que houve uma injustiça nisso tudo. Uma ação que não tem cabimento. Se eles realmente queriam dispersar as pessoas, por que não usaram spray de pimenta?”, afirmou.
Segundo a prefeitura, o caso será apurado.
“Diante do ocorrido na averiguação, o secretário municipal de Segurança determinou à Corregedoria da Guarda Civil Municipal a instauração de procedimento disciplinar para apurar eventuais excessos”, afirmou.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress