Há muita retórica sobre perigos da inteligência artificial, diz presidente do Google Brasil

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente do Google no Brasil, Fábio Coelho, afirmou nesta quinta-feira (24) que vê muita retórica sobre perigos causados pela inteligência artificial (IA). A fala ocorreu durante palestra no B20 Summit, evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo.

“As discussões sobre tecnologia não são fáceis, muitas vezes quem trabalha com a tecnologia não entende todas as nuances e pode não entender o impacto de regular demais ou ‘de menos'”, afirmou.

O executivo também disse que regulação excessiva sobre a nova tecnologia pode minar iniciativas do Google que melhoram o ambiente de negócios e atraem investimento para o Brasil, como o apoio ao desenvolvimento de startups.

“Precisamos ser audaciosos e responsáveis. Responsabilidade é quando você engaja com reguladores, e temos tido esses tipos de conversas com autoridades para que a IA funcione como uma ferramenta positiva”, afirmou.

A regulação da IA está parada no Brasil, com projetos mais avançados sobre o tema, como o PL 2.338/2023, enfrentando entraves sucessivos no legislativo.

No quinto adiamento da votação do PL 2338 no Senado, em julho, a CNI apresentou uma nota técnica de 18 páginas contra o projeto, afirmando que o texto “resulta em um modelo regulatório com amplitude e rigor sem precedente, o que coloca o país sob o risco de sofrer um isolamento tecnológico com impacto negativo sobre a sociedade como um todo e sobre a competitividade das atividades econômicas”.

Na visão da indústria e das big techs, são necessárias mais discussões sobre o assunto e, enquanto não se chega a um consenso, as agências reguladoras já existentes devem fazer a regulação do uso de IA em cada setor.

No mesmo evento, o presidente do Google Brasil também afirmou que o potencial de geração de energia limpa e a automação do agronegócio são canais para potencializar o impacto positivo da IA no Brasil.

“A Arábia Saudita conseguiu captar nos últimos anos os benefícios da transição energética. É importante que o Brasil faça parte disso também.”

LAURA INTRIERI / Folhapress

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