Haddad descarta alta do IOF para segurar câmbio e diz que prioridade é Orçamento

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou uma alta do IOF para conter o avanço do dólar.

“Não tem discussão de mudar regime cambial”, disse após ser questionado sobre o assunto ao chegar na sede da pasta. Ele se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por quase duas horas na manhã desta segunda-feira (6).

“[O dólar] Teve stress no mundo todo, no Brasil também. Hoje mesmo o presidente eleito dos Estados Unidos [Donald Trump] deu declarações moderando propostas feitas durante a campanha. É natural que as coisas se acomodem”, avaliou Haddad.

De acordo com Haddad, a reunião com o presidente Lula foi para apresentar o planejamento da Fazenda para o ano.

“Não conversamos sobre [novos] cortes de gastos. Discutimos outros temas, o Orçamento. A prioridade agora é votar o Orçamento”, disse.

Haddad explicou que será necessário conversar com o relator do Orçamento para ajustar o texto a partir das leis aprovadas no fim de 2024 com medidas de contenção no crescimento de despesas.

Sobre a reforma no Imposto de Renda, com aumento da isenção e compensação a partir da cobrança de mais impostos de quem ganha mais, Haddad explicou que primeiro será necessário aguardar as eleições para a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado.

A escolha das mesas diretoras das duas casas está agendada para o início de fevereiro. Depois disso, a discussão do tema poderá acontecer, apontou o ministro.

Haddad voltou para Brasília após cancelar o restante das suas férias. De acordo com o Ministério da Fazenda, “a decisão de cancelar o período de descanso foi tomada após o pronto restabelecimento de seu familiar que passou por um procedimento cirúrgico no final do ano, motivo da marcação de férias neste período”.

Na tarde desta segunda, o chefe da Fazenda também recebeu o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, para discutir a regulamentação das medidas aprovadas pelo Congresso no fim de 2024.

“Nós vamos botar agora a mão na massa, fazer as portarias, os decretos necessários, assim como preparar a reunião ministerial, que será na segunda quinzena de janeiro”, disse Rui Costa após o encontro.

Segundo ele, o presidente quer “fazer um balanço dos dois anos de governo”, o que inclui as medidas votadas e também o plano para os próximos meses. “Então, [fizemos essa reunião] para cada vez mais estarmos alinhados, atuando junto o governo integrado e preparando já essa reunião dos ministros”, afirmou.

LUCAS MARCHESINI / Folhapress

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