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Haddad diz que BC precisa de ‘sabedoria’ para inibir alta de preços sem jogar país em recessão

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (6) que o Banco Central precisa de “muita sabedoria” na definição da taxa básica de juros para inibir a alta de preços, sem jogar o país em uma recessão.

Segundo o chefe da Fazenda, o BC pode aumentar a taxa de juros para desaquecer a economia segurar o aumento dos preços, mas ressalvou que a política monetária, na dose errada, pode travar o crescimento.

“A política monetária tem que ser conduzida com muita sabedoria, não pode deixar virar problema de crescimento da economia, não pode jogar o país numa recessão ou ter um problema grave em transações correntes com o exterior”, disse em entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru, no interior do Pernambuco.

O Brasil lidera o ranking mundial de juros reais desde o último dia 30, quando o banco central da Argentina reduziu sua taxa básica de 32% para 29% ao ano, o que levou o juros real no país vizinho a 6,14%.

No dia 29, o Banco Central brasileiro seguiu o sinal dado na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) de dezembro e aumentou a taxa básica de juros (Selic) em um ponto percentual, a 13,25%, levando a taxa real a 9,18%. Foi a primeira reunião do comitê liderada pelo atual presidente do BC, Gabriel Galípolo.

Durante os dois primeiros anos de sua gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, reiteradamente, o ex-comandante do BC Roberto Campos Neto pelo nível da Selic, e o colocou, mais uma vez, sob a mira na quinta-feira (6), em entrevista a rádios baianas.

Lula afirmou que o aumento do dólar aconteceu porque o Banco Central teve uma gestão “totalmente irresponsável” e deixou “uma arapuca que a gente não pode desmontar de uma hora para a outra”.

Embora Lula tenha voltado a artilharia contra Campos Neto, Galípolo já era diretor de política monetária do banco em 2023 e 2024. Nessa função, ele acompanhou boa parte das decisões de seu antecessor.

Para Haddad, a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos e a expectativa de guerra comercial foram o principal fator na alta da moeda americana, que tem impacto no preço de diversos itens da cesta usada no cálculo dos índices de inflação, como alimentos e combustíveis.

“Depois da eleição do Trump, teve uma disparada no dólar, e a gente exporta gasolina e diesel, e isso tem um reflexo nos preços”, afirmou nesta sexta.

O ministro disse que o remédio para corrigir a inflação pode ser o aumento da taxa de juros. “Agora, tudo isso tem que ser feito da maneira correta, na dose certa.”

“É como um antibiótico, não se pode tomar a cartela inteira em um dia nem deixar pular o horário, nem tomar mais ou menos do que precisa”, acrescentou.

PEDRO S. TEIXEIRA / Folhapress

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