Haddad diz ser preciso corrigir ‘escorregada’ do dólar, mas sem mirar meta de cotação

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que é preciso corrigir a “escorregada” que o dólar deu no Brasil. Ele afirmou, porém, que não se trata de buscar um nível de cotação para a moeda norte-americana.

“Houve um fortalecimento da moeda americana no mundo inteiro e aqui o fortalecimento [contra o real] foi maior. Temos que corrigir essa escorregada que o dólar deu aqui. Não no sentido de buscar um nível de dólar, não no sentido de mirar uma meta”, avaliou.

Segundo ele, o papel do Banco Central é corrigir as disfuncionalidades do mercado de câmbio em razão de incertezas e inseguranças.

“Seja lá o que for que gere uma disfuncionalidade no mercado de câmbio e no mercado de juros, o Banco Central deve promover correções nesse sentido. Repito, não buscando uma meta de qual é o valor do dólar adequado”, disse Haddad.

O ministro recebeu nesta sexta-feira (20) os jornalistas que cobrem o Ministério da Fazenda para um café da manhã de fim de ano e aproveitou para conceder uma entrevista de duas horas.

Haddad evitou, no entanto, comentar para qual cotação o dólar pode cair com a aprovação do pacote de contenção de gastos pelo Congresso Nacional. “Não vou cometer o equívoco de dizer qual é meta”, disse.

Haddad também afirmou que a meta de inflação é o que o BC deve perseguir. “Não tem outra coisa que ele tem que mirar”, disse.

O ministro reforçou que o BC tem que trazer a inflação num espaço de tempo adequado. O diagnóstico do ministro é que houve problema de comunicação, no final do ano, com o vazamento de medidas em planejamento (em possível referência ao aumento da isenção do Imposto de Renda) que fez com que o dólar no Brasil tivesse uma valorização mais forte do que entre os seus pares.

Ao falar dessa reta final do ano, disse que ocorrerem momentos emocionantes, com temas candentes e prazos de votação das propostas muito encavalados. Admitiu que o resultado de 2023 da agenda econômica foi melhor do que em 2024, mas se mostrou otimista com 2025.

ADRIANA FERNANDES / Folhapress

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