JERUSALÉM, ISRAEL (FOLHAPRESS) – O Hamas lançou foguetes da Faixa de Gaza contra o sul israelense e Tel Aviv nesta segunda (7) para marcar o aniversário de um ano do mais mortífero ataque contra o Estado judeu em sua história, cometido pelo grupo terrorista palestino.
Poderia ter sido pior, segundo o Exército de Israel. As forças divulgaram ter bombardeado diversas posições do Hamas em Gaza na madrugada, após identificar a movimentação de lançadores rudimentares de foguetes. Na véspera, haviam invadido o norte da região com tanques.
Já o Hamas celebrou a ação, que ao fim ficou restrita a meros quatro foguetes, um deles caindo num descampado e os outros três, interceptados. Há exato um ano, 4.300 projéteis voaram sobre cidades e kibutzim israelenses.
Mas o gosto do pesadelo de 7 de outubro de 2023 foi sentido em três comunidades em que sirenes soaram, junto à ponta sul de Gaza: Sufa, Holit e Pri Gan. O horário foi aproximadamente o mesmo do ataque do ano passado, 6h31 (0h31 em Brasília).
A ação também ocorreu no momento em que era realizada uma cerimônia em homenagem aos 1.170 mortos e 251 reféns do ataque, no kibutz Kfar Aza. Ela não foi interrompida, e uma tocha foi acesa ao lado de uma bandeira israelense a meio-pau.
Mais tarde, às 11h (5h em Brasília), foi a vez de o alerta ser dado na região sul de Tel Aviv, centro econômico de Israel o símbolo de sua face secular, por isso mesmo alvo preferencial dos adversários fundamentalistas.
Ao menos cinco foguetes voaram de Khan Yunis e as defesas do Domo de Ferro, acionadas. Os estilhaços de um dos projéteis abatidos atingiu duas mulheres ao lado do aeroporto Ben Gurion, sem gravidade.
Enquanto isso, o fórum das famílias de vítimas, que lidera pequenas manifestações em todo o país, anunciou nesta segunda que foi identificado uma vítima que estava na rave Nova, perto de Gaza, onde morreram 383 jovens. Ele se chama Idan Shtivi, tinha 28 anos, e segundo a entidade morreu no dia do ataque, tendo seu corpo levado para Gaza.
Israel segue em estado de alerta para ataques terroristas e novas ações na fronteira norte, onde trava guerra terrestre e bombardeia posições do Hezbollah, aliado do Hamas e igualmente bancado pelo Irã, no Líbano.
Foguetes foram lançados durante a manhã contra cidades da Galileia, ferindo ao menos uma pessoa. Já um ataque a uma posição do Exército de Israel no norte matou 1 militar e feriu outros 6. Outro soldado moreu em combate, elevando para 13 o número de fardados mortos desde que Tel Aviv invadiu o sul libanês, há uma semana.
O Hezbollah disse ter lançado também, além das usuais barragens de foguetes, um míssil balístico contra uma base ao sul de Haifa, principal cidade do norte de Israel.
Bombardeios continuaram no sul do Líbano e em Beirute, que no domingo (6) sofreu um dos mais intensos ataques até aqui na guerra.
Segundo o governo libanês, ao menos dez bombeiros morreram quando um míssil israelense atingiu a prefeitura de Bint Jbeil, no sul do país.
Também na véspera, um ataque a tiros matou uma policial de 19 anos numa lanchonete de rodoviária em Beersheva (sul). Devido a isso, o grande evento de celebração da memória das vítimas do 7 de Outubro, que reuniria 40 mil em Tel Aviv, foi reduzido.
Segundo a organização, a polícia pediu para limitar o número abaixo do teto permitido para aglomerações na cidade, que é de 2.000 pessoas.
Em Jerusalém, cerca de 300 manifestantes fizeram vigília para protestar contra o que consideram falta de empenho do governo em libertar os 97 reféns em Gaza, dos quais acredita-se que 64 estão vivos. O ato ocorreu na frente da casa do premiê Binyamin Netanyahu, na popular rua Aza, não sem ironia o nome hebraico para Gaza.
Redação / Folhapress