Hamilton se livra de carro ‘pesadelo’ e conta os dias para renascer na F1

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Lewis Hamilton, 38, passou boa parte da temporada 2023 da F1 frustrado. Bastaram poucas corridas para ele perceber que teria um ano tão difícil quanto o vivido em 2022, quando, pela primeira vez em sua carreira, fechou um campeonato sem nenhuma vitória.

Em agosto, depois da pausa na metade do calendário, prestes a disputar o GP da Holanda, o inglês já previa que nenhuma equipe do grid poderia desafiar o domínio da Red Bull, sobretudo de Max Verstappen. “Eles têm uma margem muito grande.”

Ele estava certo. Neste domingo (26), o holandês conquistou em Abu Dhabi a sétima vitória consecutiva –sendo a 19ª dele neste ano, no encerramento da temporada em que alcançou o tricampeonato com cinco provas de antecedêndia.

Sergio Pérez, também da Red Bull, venceu duas corridas, e Carlos Sainz, da Ferrari, foi o único que conseguiu impedir um domínio absoluto da escuderia austríaca, com uma vitória no GP de Singapura.

Pelo segundo ano consecutivo sem subir no lugar mais alto do pódio, restou para Hamilton comemorar o terceiro lugar no Mundial de pilotos, posição que representa uma melhora em relação a 2022, quando teve sua pior classificação final, com um sexto lugar. Mas aquém do que deseja um heptacampeão.

O inglês admitiu que está “contando os dias” até não precisar mais dirigir o W14, a versão de 2023 do carro da Mercedes, que passou por transformações ao longo do ano até deixar para trás o conceito de “sidepods zero”, como ficaram conhecidas as laterais dos carros de Hamilton e Russell por serem bem estreitas, com as bordas do assoalho salientes.

O W14 tem sido afetado por inconsistências de dirigibilidade e equilíbrio que afetaram o desempenho da dupla de pilotos inglesa especialmente em curvas de alta velocidade. Durante uma sessão de treinos antes do GP do México, por exemplo, Hamilton chegou a dizer que o carro era “um pesadelo de guiar”.

Essas fraquezas são o foco principal no desenvolvimento do modelo de 2024 da equipe alemã. “Nós estamos mudando consideravelmente o carro para o próximo ano”, explicou o diretor de engenharia da Mercedes, Adrew Shovlin. “Se conseguiremos ou não resolver todos os problemas que temos, dependerá da entrega de uma série de projetos.”

Hamilton é mais pessimista. Para ele, até a próxima mudança de regulamento da F1, prevista para 2026, a Red Bull continuará à frente das demais equipes. “Será muito difícil alcançá-los antes disso”, aposta.

A Mercedes, porém, espera uma evolução já para o próximo ano, sobretudo porque o inglês tem contrato com a escuderia até 2025, extensão acordada no começo deste ano depois de uma longa negociação.

Toto Wolff, chefe da equipe de Barclay, já declarou diversas vezes que Hamilton merece ter novamente um carro com o qual possa lutar pelo oitavo título, que seria o sétimo dele pela escudeira.

Com o carro deste ano, os melhores resultados que o inglês conseguiu foi chegar na segunda posição em três corridas (Austrália, Espanha e México).

Maior vencedor da história da categoria, com 103 vitórias, ele terminou o GP de Abu Dhabi deste domingo apenas na nona posição, resultado que, junto com o terceiro lugar de Russell, garantiu à Mercedes do vice-campeonato de construtores, três pontos à frente da Ferrari, que teve Leclerc em segundo em Abu Dhabi.

A falta de bons resultados reacendeu os rumores de que Hamilton poderia deixar a Mercedes. Ao longo do fim de semana, o chefe da Red Bull, Christian Horner, afirmou que pessoas ligadas ao piloto teriam procurado a equipe austríaca para saber sobre uma vaga para o inglês. Ao que ele teria respondido que não vê “Max e Lewis trabalhando juntos”.

Hamilton, porém, tratou de desmentir qualquer interesse. “Não sei de onde saiu essa história. Na verdade, veio de Christian [Horner], mas não entendo o que ele está falando porque ninguém da minha equipe falou com ele, eu não falo com Christian há anos”, afirmou.

Wolff, no entanto, revelou que foi o pai de Lewis, Anthony Hamilton, que procurou a Red Bull. O chefe da Mercedes, contudo, lembrou que Anthony não participa mais das decisões sobre o futuro do filho.

“Acredito que Anthony não está envolvido [na equipe de Hamilton] desde 2010. Também nos perguntamos por que uma história dessas surge na última corrida”, cutucou o dirigente.

Apesar do espanto da equipe, não é de hoje que o futuro do heptacampeão da Mercedes é colocado em dúvida. Volta e meia isso acontece, sobretudo quando a escuderia está em baixa, como foi ao longo do ano.

Classificação da corrida do GP de Abu Dhabi

1 – Max Verstappen (Red Bull)

2 – Charles Leclerc (Ferrari)

3 – George Russell (Mercedes)

4 – Sergio Pérez (Red Bull)

5 – Lando Norris (McLaren)

6 – Óscar Piastri (McLaren)

7 – Fernando Alonso (Aston Martin)

8 – Yuki Tsunoda (AlphaTauri)

9 – Lewis Hamilton (Mercedes)

10 – Lance Stroll (Aston Martin)

11 – Daniel Ricciardo (AlphaTauri)

12 – Esteban Ocon (Alpine)

13 – Pierre Gasly (Alpine)

14 – Alexander Albon (Williams)

15 – Nico Hulkenberg (Haas)

16 – Logan Sargeant (Williams)

17 – Guanyu Zhou (Alfa Romeo)

Não completaram

18 – Carlos Sainz (Ferrari)

19 – Valtteri Bottas (Alfa Romeo)

20 – Kevin Magnussen (Haas)

LUCIANO TRINDADE / Folhapress

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