RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Sete pessoas morreram em dois acidentes aéreos em Ouro Preto nesta sexta-feira (11). Um helicóptero do Corpo de Bombeiros com seis tripulantes caiu ao tentar retornar de operação de resgate de um avião monomotor que havia caído horas antes na região.
As vítimas da queda do helicóptero são quatro bombeiros militares, um médico e um enfermeiro, segundo o governo de Minas Gerais. O avião era tripulado apenas pelo piloto, Adriano Machado.
O helicóptero Arcanjo 4, do Corpo de Bombeiros, saiu com a tripulação de Belo Horizonte para atender à emergência da queda do monomotor, no distrito de São Bartolomeu, a cerca de 20 quilômetros do centro de Ouro Preto.
A corporação diz que perdeu o contato com a aeronave no fim da tarde. As buscas começaram imediatamente, com o apoio de 84 profissionais, cães de busca e outras aeronaves. Após 12 horas, o helicóptero foi encontrado em uma serra íngreme na região.
Os seis tripulantes, disse o Corpo de Bombeiros em nota, “foram encontrados sem vida junto aos destroços da aeronave”.
Em entrevista no fim da manhã deste sábado (12), o porta-voz do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tenente Henrique César Barcellos, diz que a tripulação do helicóptero já havia cumprido sua missão na ocorrência do monomotor e provavelmente estaria voltando a Belo Horizonte.
No momento do acidente, as condições meteorológicas eram ruins, com chuva e nuvens baixas, e podem ter contribuído para o acidente.
“Ao chegar lá, a aeronave informou a ausência de visibilidade para retorno e essa foi a última informação que tivemos”, afirmou Barcellos. Depois, um dispositivo de segurança enviou mensagem de emergência para o controle da FAB (Força Aérea Brasileira), dando início ao processo de buscas.
O porta-voz do Corpo de Bombeiros disse que o piloto tinha grande experiência em voos em condições adversas. “Certamente, ele tomou a decisão [de decolar] pautada em sua experiência, com a segurança que tinha no momento”, disse.
A corporação ainda não divulgou os nomes completos dos bombeiros mortos, em respeito aos familiares, segundo o tenente. O médico e o enfermeiro foram identificados pelo governo de Minas Gerais como Rodrigo Trindade e Bruno Sudário.
Até as 11h deste sábado, os corpos permaneciam no local do acidente, que é de difícil acesso, afirmou o tenente Barcellos. Equipes de resgate planejam a melhor maneiro de resgatá-los. “A dificuldade lá é conseguir fazer a remoção desses corpos com toda a segurança e preservação máxima possível”.
“Lamento profundamente a trágica perda dos quatro militares do Corpo de Bombeiros e de dois socorristas, vítimas de um acidente enquanto cumpriam sua nobre missão de resgate em Ouro Preto”, escreveu em rede social o governador Romeu Zema (Novo).
O monomotor, que era usado para combate a incêndios, havia caído no mesmo dia no distrito de São Bartolomeu, a cerca de 20 quilômetros do centro de Ouro Preto. A aeronave pegou fogo após a queda. O piloto morreu.
Segundo dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), o avião pertencia à Aeroterra Aviação Agrícola e estava em situação normal. Era do modelo AT-502B, da fabricante Air Tractor, com capacidade para apenas um passageiro. Foi fabricado em 2021.
A Aeroterra divulgou comunicado lamentando a morte do piloto. “O Comandante Adriano, detentor de vasta experiência e de uma carreira marcada pela excelência profissional, era um piloto respeitado e admirado por todos que tiveram o privilégio de conhecê-lo e trabalhar ao seu lado”, disse.
A empresa afirmou ainda que “está prestando todo o apoio necessário à família e colaborando com as autoridades competentes na apuração dos fatos e nas investigações sobre o acidente”.
O helicóptero usado pelo Corpo de Bombeiros também está regularizado na Anac. Era um BK-117 C2 da fabricante Eurocopter, fabricado em 2013, segundo os dados da Anac. Tinha capacidade para 11 passageiros.
A Aeronáutica informou que investigadores do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) lotados no no Rio de Janeiro foram acionados para dar início às investigações envolvendo as duas ocorrências.
NICOLA PAMPLONA / Folhapress