SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A disputa sobre o legado da banda Ramones teve um novo desdobramento neste mês de agosto, no dia 23, quando Mickey Leigh, irmão de Joey Ramone, processou a víuva de Johnny Ramone, Linda Cummings-Ramone. Os confrontos vêm de muitos anos e Leigh acusou Cummings-Ramone de violação da marca registrada da banda, diluição da mesma e quebra de contrato.
Leigh e Cummings-Ramone detêm 50% da Ramones Productions, empresa responsável pelos direitos de propriedade intelectual do grupo punk. Joey Ramone, vocalista central da banda, morreu em 2001, enquanto Johnny Ramone, o guitarrista, em 2004.
No processo, Leigh, cujo nome legal é Mickey Hyman, acusa Cummings-Ramone de explorar indevidamente o legado da banda “para a sua própria fama e vaidade”. Por sua vez, ela acusou Hyman, em janeiro, de desenvolver de forma indevida um filme biográfico sobre os Ramones sem a sua autorização. Esse último caso está pendente até o momento.
De acordo com Alan Fisch, especialista em propriedade intelectual, a participação acionária de Cummings-Ramone nas ações da Ramones Productions não daria a ela controle sobre os ativos intelectuais. “Só porque ela é dona de metade do negócio não significa que ela tenha o direito irrestrito de usar sua propriedade intelectual”, disse ele. “O fato de cada um dos dois acionistas ter visões diferentes é parte do desafio que eles criaram para si mesmos ao serem donos de 50%.”
A rivalidade entre os dois herdeiros se espelha naquela que também existia entre Joey Ramone e Johnny Ramone. Antes de namorar com Johnny, Cummings-Ramone teve um longo relacionamento com Joey. O conflito entre a víuva e Hyman teve uma escalada em 2018, quando ele a questionou sobre o uso das marcas registradas dos Ramones em um evento anual.
Ele também se opôs à adoção do nome “Linda Ramone” da parte de Cummings-Ramone, que segundo ele traria uma falsa ideia de que ela seria a “guardiã do legado” do grupo.
Redação / Folhapress