TEL AVIV, ISRAEL (FOLHAPRESS) – As forças do Hezbollah e de Israel retomaram os ataques mútuos na madrugada desta terça-feira (24, noite da véspera no Brasil).
As escaramuças ocorreram após o mais violento dia no confronto entre os rivais desde a guerra de 2006.
Nesta terça (24), Israel realizou um ataque direcionado em Beirute, disseram os militares israelenses sem dar detalhes.
O ministro interino da saúde do Líbano, Firas Al-Abiad, confirmou 558 mortos desde o início dos ataques, na segunda-feira (23) naquilo que Tel Aviv disse ser uma nova fase da guerra iniciada quando o grupo palestino Hamas, aliado do Hezbollah, atacou o Estado judeu há quase um ano.
“A grande maioria, senão todos, eram pessoas não armadas que estavam em suas casas”, disse o ministro ao anunciar o balanço atualizado, que inclui 50 crianças e 93 mulheres mortas.
Nesta madrugada, os foguetes do Hezbollah miraram a região de Nazaré, na Galileia. Não houve feridos até aqui, e cerca de 20 projéteis foram abatidos.
Já a retaliação israelense se foi, segundo o Exército, contra as bases de lançamento no Sul do Líbano. Ainda não há relatos de vítimas e danos.
Várias companhias aéreas do Golfo, assim como a européia Air France, cancelaram ou prorrogaram a suspensão de seus voos desde e para o Líbano devido à grande escalada que está levando o cabo Israel contra o Hezbollah.
A ONU (Organização das Nações Unidas) expressou preocupação com a “escalada violenta de hostilidades entre Israel e Hezbollah” no Líbano, onde “dezenas de milhares” de pessoas fugiram da violência no início da semana.
“Dezenas de milhares de pessoas se viram obrigadas a abandonar suas casas ontem e durante esta madrugada. O número não para de aumentar”, disse o porta-voz do Alto Comissariado da Onu para os Refugiados (Acnur), Matthew Saltmarsh, em Genebra. “É uma região que já foi devastada pela guerra e um país que conhece muito bem o sofrimento.”
O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian, disse nesta terça que o Líbano não pode se tornar “outra Gaza”. “O Hezbollah não pode ficar sozinho contra um país que está sendo defendido, apoiado e recebendo suprimentos dos países ocidentais, europeus e dos Estados Unidos”, disse Pezeshkian em declarações à CNN. “Não podemos permitir que o Líbano se torne outra Gaza.”
IGOR GIELOW / Folhapress