RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O passageiro baleado durante o sequestro a um ônibus na Rodoviária do Rio, no Rio de Janeiro, permanece em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), mas apresenta sinais de estabilização e sem necessidade de medicamentos para manter a pressão arterial. Bruno Lima da Costa Soares, 34, segue respirando com ajuda de aparelhos.
A informação está no boletim médico divulgado pelo Hospital Samaritano Botafogo, na zona sul, na tarde desta terça-feira (19), uma semana após o caso.
Ele mora em Minas Gerais e estava na capital fluminense para um treinamento na Petrobras, onde tinha passado em um concurso. Ele foi atingido por três tiros ao subir no ônibus para viajar até Juiz de Fora.
De acordo com a polícia, o atirador estava fugindo do Comando Vermelho e fez os disparos após confundir o petroleiro com um policial. Ele se entregou após fazer 16 pessoas reféns, entre eles uma criança e seis idosos.
No dia, Bruno foi levado para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro do Rio, onde passou por cirurgia delicada, segundo a direção da unidade, necessitando de doação de sangue. Somente na primeira hora de atendimento foram necessárias seis bolsas de sangue.
Na ocasião, o SindPetro (Sindicato dos Petroleiros) do Rio de Janeiro chegou a solicitar à categoria doação de sangue em nome do petroleiro. O pedido também foi feito pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
Depois, foi transferido para o Instituto Nacional de Cardiologia e, por fim, foi transferido para o Hospital Samaritano Botafogo, onde permanece em estado grave na UTI.
Além de Bruno, uma outra pessoa foi ferida por estilhaços durante o sequestro, mas sem gravidade.
Ao todo, 16 passageiros foram feitos reféns por cerca de três horas até a rendição de Paulo Sérgio de Lima, 29. Ele foi preso em flagrante por tentativa de homicídio, porte ilegal de arma e sequestro.
Nesta quinta (14), Lima passou por uma audiência de custódia e teve a prisão em flagrante convertida para preventiva.
O juiz Pedro Ivo Martins Caruso D’ippolito acolheu pedido das advogadas Bruna Pereira Velloso e Aline Amorim Fonseca, que passaram a representar o preso, e determinou que ele seja levado para um presídio sem influência de facções criminosas.
De acordo com os depoimentos, Lima sequestrou o ônibus depois de brigar com integrantes do Comando Vermelho. Com medo de represálias dos traficantes, ele comprou uma passagem e pretendia ir para Juiz de Fora, onde mora sua mãe.
Quando estava no ônibus na rodoviária, porém, confundiu um grupo de passageiros com policiais e atirou contra eles. Após os disparos, Lima teria decidido sequestrar o veículo. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento no qual ele realizou disparos dentro do coletivo, que pertence a empresa Sampaio.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress