Homem é morto durante abordagem policial em SP, e PM alega tiro acidental

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um jovem de 24 anos morreu após ser baleado no tórax por um policial militar durante uma abordagem na rua Olimpio Rodrigues de Araujo, no Capão Redondo, zona sul de São Paulo, na manhã de domingo (5). A vítima foi identificada como Matias Menezes Caviquiole.

O PM autor do disparo, que portava uma pistola Glock .40, disse em depoimento que o tiro foi acidental. O delegado responsável pelo caso, Osvaldo Farah Cunha, afirma que assistiu às imagens captadas pela câmera corporal usada pelo PM e concluiu que a versão do policial era verídica.

O soldado, que tem 27 anos, foi preso por homicídio culposo, ou seja, sem intenção de matar. O delegado entendeu que a ocorrência era passível de fiança, e o PM pagou o valor de R$ 1.350. Porém, de acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), após ser ouvido no Plantão de Polícia Judiciária Militar o PM foi autuado e conduzido ao presídio Romão Gomes.

De acordo com o relato do PM, ele estava em patrulhamento quando viu outra equipe de PMs abordando um homem que supostamente havia fugido em uma moto roubada.

No mesmo ponto encontrava-se um segundo homem que, nas palavras do PM, estava agressivo e aparentando ter ingerido bebida alcoólica ou consumido drogas. Ele estaria tentando se aproximar dos policiais que realizavam a abordagem, mas foi impedido por pessoas que acompanhavam a cena.

Foi nesse instante que o soldado, com o cassetete em mãos, teria se aproximado do homem. Ainda segundo o relato do PM, o homem teria feito uma movimento que o fez derrubar o objeto. Ele então relatou ter sentido uma possível grave ameaça e por isso pegou a arma que portava, para sua própria segurança e para tentar pegar o cassetete no chão. Nesse momento, alega que foi surpreendido com um disparo acidental, sem intenção.

Uma testemunha registrou parte da cena em vídeo. Nas imagens é possível ver Caviquiole com as duas mãos erguidas, sem esboçar reação. Pouco depois há o barulho do tiro.

O policial afirmou ter acionado a Polícia Militar por volta das 7h06, solicitando socorro, o que teria feito por várias vezes, mas uma ambulância chegou ao endereço somente às 7h58. Caviquiole morreu no local.

Policiais ouvidos pela Polícia Civil disseram que, após o tiro, pessoas que estavam no local passaram a atirar pedras contra os PMs, que revidaram com granadas e balas de borracha.

De acordo com o boletim de ocorrência, o valor da fiança foi arbitrado com base no salário de R$ 3.000 mensais recebido pelo policial. O documento aponta que o PM declarou ajudar a mãe com parte do dinheiro e menciona ainda que o policial prestou socorro à vítima e demonstrou estar abalado com o caso.

De acordo com a SSP, o caso é investigado pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa.

PAULO EDUARDO DIAS / Folhapress

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