SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Hospital Psiquiátrico São Pedro, em Porto Alegre, está sendo usado como ponto de acolhimento a resgatados, apoio logístico às atividades da saúde e alojamento de voluntários da Defesa Civil.
O hospital não foi atingido pelas cheias e acolheu 59 pessoas desabrigadas de Porto Alegre, Eldorado Sul e Canoas. Os resgatados receberam atendimento imediato de psicologia e assistência social, incluindo a busca por familiares, e atendimento da equipe de enfermagem, de médico clínico e psiquiátrico.
O Hospital São Pedro também serviu de alojamento emergencial para 14 voluntários da Defesa Civil do Mato Grosso do Sul, além de ter cedido instalações para o Departamento Estadual de Assistência Farmacêutica (DEAF), da SES (Secretaria Estadual de Saúde), que faz a gestão da distribuição de medicamentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Ao menos 13 municípios tiveram todas unidades básicas de saúde comprometidas e em outros 220 houve danos parciais que prejudicam os atendimentos. Nos últimos anos, o estado já convivia com um baixo índice de aportes e penava para atingir o mínimo de 12% de investimento da receita corrente bruta no setor.
As enchentes causaram problemas em série no sistema de saúde, como a suspensão de cirurgias e procedimentos eletivos, abastecimento de água por caminhões pipa, dificuldade para recebimento de oxigênio e alimentos e funcionários dormindo nos locais de trabalho porque suas casas estão debaixo dágua.
Outro desafio é a logística, em razão de estradas bloqueadas e municípios isolados. O comprometimento de hospitais obrigou o estado e municípios a transferirem, em alguns casos de helicóptero, pacientes em situações de urgência, como gestantes próximas ao parto e aqueles que necessitam de sessões de diálise e que estavam isolados.
Há também problemas peculiares causados pelas enchentes. Em Muçum, a cerca de 115 km de Porto Alegre, por exemplo, a prefeitura tem trabalhado do hospital municipal. A cidade ficou mais de 10 dias sem luz e o único ponto com energia na cidade era o hospital devido a um gerador. O trabalho do local, portanto, ficou comprometido.
Segundo a SES, as atividades extras não interferiram na rotina dos serviços assistenciais do hospital. Nele, funcionam atendimentos ambulatoriais, internação para casos agudos e reabilitação por meio de iniciativas como a Oficina de Criatividade e Jardim Terapêutico, além de atividades de ensino e pesquisa.
Redação / Folhapress