Hugo Motta faz promessas a petistas em busca de apoio para sucessão de Lira

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O líder do Republicanos, deputado Hugo Motta (PB), se reuniu na noite de quarta-feira (16) com integrantes da executiva da bancada do PT e prometeu aos deputados que manterá diálogo permanente com o governo Lula (PT) caso eleito presidente da Câmara em 2025.

Segundo um deputado que participou do jantar, Motta afirmou que ele será um agente a favor da estabilidade do governo federal.

O PT é considerado o “fiel da balança” na disputa pela sucessão de Arthur Lira (PP-AL), com os três candidatos brigando para atrair o apoio da legenda de Lula e de integrantes do governo federal. Além de Motta, estão no páreo os líderes Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antonio Brito (PSD-BA).

Nesta semana, a bancada do PT decidiu que não vai declarar apoio a nenhum candidato neste momento, e a tendência é que qualquer anúncio seja feito após o segundo turno das eleições municipais. Como a Folha mostrou, os petistas também vão se reunir individualmente com Brito e Elmar na próxima semana.

O encontro com Motta ocorreu na casa de Rubens Pereira Jr. (PT-MA), um dos vice-líderes do governo na Câmara, e reuniu outros 11 deputados da bancada. De acordo com relatos de participantes do jantar, o líder do Republicanos disse que o PT é decisivo para que ele seja eleito e afirmou que o partido não terá surpresas caso ele assuma a presidência da Câmara.

Além disso, também prometeu respeitar a proporcionalidade do PT, garantindo que a legenda terá espaços na Câmara —citando a Mesa Diretora, as comissões temáticas e relatorias de projetos. O deputado negocia entregar a primeira secretaria para o PT.

Motta é tido hoje como o favorito na disputa por ter o apoio de Lira e a sinalização de outros sete partidos, entre eles o PT e o PL. Há uma avaliação de parlamentares petistas de que o líder do Republicanos representa uma candidatura de convergência, e que é preciso apoiá-la para evitar qualquer ruído entre os partidos que integram a base de Lula no Congresso.

Uma ala do PT, no entanto, tem resistência ao nome do deputado por sua proximidade com o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), e com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que foi um dos principais atores pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT).

De acordo com relatos, no jantar, Motta voltou a dizer que mantém relação com os dois políticos mas garantiu aos petistas que isso não terá influência na presidência da Câmara. Em conversa com o próprio Lula no começo de setembro, o líder do Republicanos já tinha tratado desse tema, afirmando que chegou a alertar o ex-deputado de que ele estava errado ao dar prosseguimento ao impeachment de Dilma.

Também no encontro com petistas na quarta, Motta defendeu a manutenção do bloco que ajudou a reeleger Lira em 2023 (com todos partidos exceto PSOL e Novo), pregou a convergência das candidaturas e disse que tem o desejo de compor com os outros dois nomes, já que mantém relação pessoal com eles.

Com a entrada do deputado no páreo, em setembro, Elmar rompeu com Lira e se aliou a Brito, considerado o nome mais governista entre os três. A ideia deles é fazer um bloco aliado ao Executivo, sem a participação do PL de Jair Bolsonaro, para garantir governabilidade nos últimos dois anos do mandato do petista.

Aliados de Motta avaliam que o encontro foi positivo, e dizem acreditar que o PT deverá apoiar o deputado na eleição da Mesa Diretora. Um petista diz que ele se mostrou seguro no jantar e destacou que há uma avaliação na bancada de que Motta é um candidato moderado e de palavra.

VICTORIA AZEVEDO / Folhapress

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