Incêndio atinge edifício Copan, histórico prédio no centro de São Paulo

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um incêndio atinge o edifício Copan na tarde desta quinta-feira (3), no centro de São Paulo. O Corpo de Bombeiros foi acionado por volta das 16h e enviou nove equipes e 20 bombeiros para fazer o atendimento. Não há informação de feridos.

Segundo a tenente Olívia Perrone, dos Bombeiros, ainda não se sabe a causa do incêndio, mas o fogo, que já foi controlado, atingiu o 22º andar. “Provavelmente foi em algo da estrutura do prédio”, disse.

De acordo com o síndico do Copan, Affonso Celso, 85, o incêndio teve início em uma junta de dilatação entre os blocos D e E. “Não se sabe ainda o andar ou o que teria iniciado o incêndio. Não houve apartamentos atingidos”, disse.

A informação foi confirmada pelos Bombeiros: “Não se trata de incêndio em apartamento e sim nas juntas de dilatação do edifício.”

Segundo definição da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), juntas de dilatação são divisões usadas para separar duas peças em uma construção. Isso é necessário porque materiais como o concreto podem expandir e contrair conforme a temperatura varia. As juntas de dilatação servem exatamente para que essa movimentação aconteça sem que as duas peças entrem em contato.

Judson Sales, administrador profissional de apartamentos no Copan para locação pela plataforma Airbnb, disse que uma funcionária que está no local informou que o incêndio teria iniciado entre os blocos D e E. O bloco D é onde ficam os apartamentos dos moradores do Copan e o E é onde ficam as quitinetes, mas todo o edifício foi evacuado.

Em um grupo interno de aplicativo de mensagem, alguns moradores disseram que os brigadistas não estavam deixando que as pessoas subissem para pegar os animais nos apartamentos. Sales, que também é morador, pediu para sua funcionária buscar seus gatos, mas ela não conseguiu.

Por volta das 17h, a informação era de que o incêndio já havia sido controlado. Os bombeiros encontram-se no andar onde começaram as chamas.

Uma centena de pessoas acompanhava o trabalho das equipes do Corpo de Bombeiros na altura da praça Darcy Penteado. Alguns grupos filmavam e outros fotografavam a ação.

A fumaça branca se confunde com o tempo nublado na cidade.

A PM realizou diversos bloqueios impedindo carros e pedestres acessarem o entorno do edifício.

Às 17h15 moradores informam que já começaram a retornar a seus apartamentos.

O empresário Ocymar Santos, 53, disse que o alarme de incêndio não tocou. Ele estava dormindo quando notou a movimentação de viaturas. “Liguei o exaustor do banheiro e vi uma fumaça.”

Santos então ligou na portaria e soube do incêndio, momento que resolveu descer.

“No meu bloco, o F, não teve problema. Estava no bloco D na casa de um amigo, vi a fumaça e voltei para meu apartamento para pegar meu gato e desci. Agora estou na casa de uma amiga”, diz a advogada Lilian Maria Parga Marques da Costa.

No final da tarde, uma mulher chorava na entrada do bloco D. Era a florista Cristina Moura, 43. O choro era de alegria após conseguir resgatar seus três cães de estimação, Ichi, Pinti e Guinho. Amparada por outras pessoas, ela disse trabalhar no local e viu quando os bombeiros chegaram e foram em direção ao bloco onde mora, quando entrou em desespero.

“Um misto de sensações com o próximo. Por ter idosos, pessoas com deficiência, pets”, disse Moura. Limpando as lágrimas, ela disse que, por ter muitos apartamentos, o que acontece no Copan é complicado.

Inaugurado em 1966, o edifício Copan é uma das obras mais famosas do arquiteto Oscar Niemeyer e foi projetado em um momento de expansão e valorização do centro da capital paulista. Hoje, cerca de 5.000 moradores vivem no condomínio, que possui aproximadamente 1.200 apartamentos.

CLAUDINEI QUEIROZ, PAULO EDUARDO DIAS E FÁBIO PESCARINI / Folhapress

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