Incêndios em casa são mais comuns no inverno; saiba identificar eletrodomésticos de risco

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Fogo é resultado da combinação entre uma faísca, oxigênio e um material para queimar. Em um ambiente doméstico, esta combinação pode ocorrer por sobrecarga, mau uso e até o aquecimento de materiais que geram combustão, por exemplo. Assim, incêndios se tornam comuns no inverno, quando demandamos mais potência em decorrência do uso frequente de aparelhos para aquecer ou secar.

Um incêndio causado por um aquecedor causou a morte do dramaturgo Zé Celso aos 86 anos na manhã desta quinta-feira (6).

A suspeita é de que um aquecedor tenha iniciado o fogo ao encostar em tecidos de roupas. A situação já teria acontecido há cerca de dois anos, mas, na ocasião, as chamas foram contido e ninguém se machucou.

O capitão Henrique Rissato da Silva, coordenador operacional de atendimento no agrupamento responsável pela Região Metropolitana de Ribeirão Preto, afirma que o inverno contribui para o aumento no número de incêndios pois também é um período em que as pessoas ficam mais em casa. A prevenção, segundo o comandante, consiste em evitar ligar mais de um aparelho elétrico na mesma tomada e, ao sair, desligar aqueles de maior tensão.

PRODUTO ORIGINAL E INSTALAÇÃO CORRETA SÃO ESSENCIAIS

Roberto Barbieri, assessor da área de equipamentos de segurança eletrônica da Abinee (Associação Brasileira de Indústria Elétrica e Eletrônica), diz que todos os equipamentos que compõem a instalação elétrica, como cabos, tomadas, interruptores, disjuntores e lâmpadas, devem ser certificados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).

“Se você comprar um produto legalmente vendido no Brasil, ele foi certificado e tem uma segurança teoricamente assegurada. A grande maioria dos eletrodomésticos também têm uma certificação contra riscos elétricos no equipamento, o fabricante está garantido que o equipamento não terá problemas”, afirma Barbieri. O maior desafio, portanto, se torna a estrutura elétrica.

“Nós não temos garantia da instalação, no Brasil não é certificada. Quando você liga um equipamento de alta potência elétrica, muitos watts, mesmo que certificado, tem que ter um disjuntor que vai desligar eventualmente aquela instalação se for um risco, e isso depende de quem fez e projetou”, reforça.

ADAPTADORES E APARELHOS DE MAIOR RISCO

Usar adaptadores e benjamins para conectar eletrodomésticos a tomadas tem risco, pois isso pode indicar que o produto supera o limite projetado para a tomada. E, diferente do senso comum, não é o curto-circuito que provoca mais danos, mas a sobrecarga.

“O curto-circuito é uma falha instantânea e geralmente isso não gera o incêndio, é muito rápido. A sobrecarga, por sua vez, é usar por bastante tempo um excesso de potência naquele circuito. Ligar um secador de 2000 watts na tomada de 10 amperes e ficar uma hora secando o cabelo, por exemplo, gera uma sobrecarga que pode esquentar os cabos e a tomada e provocar um incêndio se a instalação não estiver adequada”, pontua Barbieri.

Os equipamentos que demandam maior potência, como ferros de passar, chapinhas ou secadoras, são os que apresentam maior perigo nesta época, especialmente se deixados perto de tecidos e materiais inflamáveis como papel, plástico e madeira.

“Quanto mais watts, maior o risco. A potência tem uma proporcionalidade com a corrente, que passa pelos cabos e pode gerar o aquecimento. Se colocar uma chapinha em cima de uma cama, ela pode incendiar lençol e colchão, mas por causa do calor e não pela parte elétrica”, diz Barbieri.

SE UM INCÊNDIO COMEÇAR, O QUE FAZER?

Entre as coisas que podem ser feitas quando o fogo se espalha em um ambiente doméstico está desligar toda a parte elétrica para evitar qualquer tipo de exposição a choques. E ao contrário de crenças populares, é importante não jogar água no fogo. O ideal é ter um extintor de gás carbônico ou pó químico, como os que existem em carros.

“Se possível, de imediato, desligue o disjuntor geral do local, cortando o fornecimento de energia elétrica. Ao sinal de incêndio, deve-se deixar o local o mais rapidamente possível e acionar o Corpo de Bombeiros”, destaca o capitão Silva. Ele reforça ainda que a fumaça, além de aquecida, possui substâncias tóxicas que podem causar queimaduras pelo corpo e nas vias respiratórias.

DANIELLE CASTRO / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS