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Incerteza sobre Datena renova divergência no PSDB sobre Tabata e comando da federação

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mesmo após o lançamento da pré-candidatura de José Luiz Datena em São Paulo, a incerteza sobre o rumo do PSDB na eleição municipal levou a novas disputas e divisões entre os tucanos a respeito do comando da federação PSDB-Cidadania e de uma aliança com Tabata Amaral (PSB) como plano B.

Presidente do PSDB na capital, o ex-senador José Aníbal pleiteou, na última semana, ao presidente nacional da sigla, Marconi Perillo, o controle da federação PSDB-Cidadania na cidade, que hoje está a cargo do prefeito de Ribeirão Preto (SP), Duarte Nogueira, que preside a federação também no nível estadual.

Parte dos tucanos leu o movimento como uma tentativa do ex-senador de definir que o PSDB apoie Tabata caso Datena repita seu comportamento em eleições passadas e desista de concorrer na última hora. Aníbal diz não ter essa intenção e diz que o apresentador está firme na disputa pela prefeitura.

Outros integrantes da sigla, no entanto, não descartam uma desistência de Datena, o que voltaria a opor a ala pró-Tabata, grupo em que Aníbal se encaixa, e a ala que prega apoio ao prefeito Ricardo Nunes (MDB). Aníbal é visto, inclusive, como um possível vice na chapa da deputada.

Mas há, entre dirigentes tucanos, quem questione uma aliança com a pré-candidata do PSB, que é apoiadora de Lula (PT) e pode se unir a Guilherme Boulos (PSOL) num segundo turno.

Na pesquisa Datafolha publicada no inicio de julho, Nunes e Boulos aparecem em empate técnico na liderança, com 24% e 23%. Datena marca 11%, Pablo Marçal (PRTB) tem 10% e Tabata, 7%.

Nacionalmente, de olho na eleição de 2026, o PSDB tenta se reconectar com seu eleitor que migrou para o bolsonarismo, reforçar sua oposição ao governo do PT e apresentar um programa de centro-direita —projeto que seria prejudicado na associação com Tabata. Apesar de a deputada ser elogiada entre os tucanos, a leitura é a de que, no PSB, ela está à esquerda do que o PSDB gostaria.

Nesse contexto, parte dos tucanos defende que, na hipótese sem Datena, o PSDB não integre nenhuma coligação e libere seus filiados para fazer campanha para qualquer candidato. Mas toda definição passa pelo comando da federação na capital.

Perillo, presidente nacional da sigla, afirmou à Folha que recebeu de Aníbal uma proposta de composição da federação municipal e que a repassou para Duarte Nogueira, que analisaria o caso enquanto presidente estadual. Ainda não há definição. O prefeito de Ribeirão Preto não atendeu a reportagem.

Segundo Aníbal, relacionar o controle da federação por ele a uma aliança com Tabata é “procurar pelo em ovo”. “Nós temos candidato”, diz.

O ex-senador tem defendido que o PSDB mantenha algum entendimento com Tabata e que ela e Datena não se tratem como rivais.

Aníbal argumenta que à frente da federação teria agilidade para tomar as medidas burocráticas, como convocar convenções e registrar a chapa de vereadores. “É melhor que a federação fique com quem está operando o partido na cidade diariamente”, afirma.

A previsão é a de que Datena inaugure sua pré-campanha com eventos nesta semana —o apresentador confirmou presença na sabatina realizada por Folha e UOL na terça-feira (16).

O PSDB ainda não divulgou a data da sua convenção, que deve ficar para o final do prazo —pela lei, os eventos têm que ocorrer de 20 de julho a 5 de agosto. Nos bastidores, políticos da sigla afirmam que Datena pode, sim, desistir antes disso, o que não causaria surpresa.

Nas pré-campanhas adversárias, a aposta também é a de que o apresentador não levará a candidatura adiante.

O lançamento da pré-candidatura de Datena, em junho, teve reação de Tabata, como mostrou a Folha. A deputada ficou contrariada com o que considera descumprimento no acordo para que os tucanos indicassem o apresentador para ser vice dela e subiu o tom com o PSDB.

Em operação acompanhada pela deputada federal, o PSB avisou ao PSDB que, se não receber a adesão do partido na capital paulista, vai retirar o apoio a candidatos tucanos em duas capitais. Foi Tabata quem articulou a migração de Datena para o PSDB, até então filiado ao PSB para ser seu vice. Há relatos de que ela usou os termos traição e desrespeito, em conversas privadas.

Auxiliares da deputada trabalham com a hipótese de que Datena acabará recuando. Sem o jornalista, são citados como nomes que poderiam ser indicados para vice de Tabata, além de Aníbal, o ex-vereador Mario Covas Neto, conhecido como Zuzinha, e o ex-deputado Ricardo Trípoli.

Colaborou Joelmir Tavares, de São Paulo

CAROLINA LINHARES / Folhapress

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