RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

Indústria quer incluir Pix nos cartões de débito e negocia com BC

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A indústria de cartões trabalha para incorporar o Pix no plástico que já oferta débito. A iniciativa visa oferecer um terceiro meio de pagamento no mesmo cartão, mas depende do aval do Banco Central.

“O Pix no cartão ajudaria a aumentar o Pix por aproximação. Para o cliente é exatamente igual ao débito, ambos saem do saldo da conta corrente, mas, para o estabelecimento, o Pix é tempo real, enquanto o débito leva de um a dois dias para cair na conta”, afirma Giancarlo Greco, presidente da Elo e da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), nesta terça-feira (1º).

A indústria de cartões já discutiu o Pix no cartão com os bancos e as credenciadoras e está em conversas com o regulador desde 2023 para desenvolver a nova funcionalidade, que utilizaria a mesma trilha de pagamentos do débito.

Porém, para rodar os pilotos do Pix no cartão, o BC ainda precisa publicar uma norma autorizando a ferramenta, que não está prevista no escopo de desenvolvimento do Pix.

“Recentemente, agora no início do ano, tivemos a chance de sentar com a nova gestão do Banco Central para falar um pouquinho sobre isso. O regulador vem analisando minuciosamente não só os aspectos regulatórios, mas também técnicos”, afirmou Greco durante o 18º Cmep (Congresso de Meios Eletrônicos de Pagamento), em São Paulo.

O Pix por aproximação é uma nova funcionalidade desse meio de pagamento, que permite seu uso sem abrir o aplicativo do banco, conectando o celular ou o smartwatch ao terminal de pagamento, como uma maquininha ou outro celular

“Expandir o Pix por aproximação passa [esbarra] justamente pelo baixo número de celulares, aparelhos celulares, que têm a funcionalidade de aproximação. Por isso falamos tanto de trazer o Pix para o mundo do cartão de plástico, para ajudar nesse processo”, diz Greco.

Segundo dados da Abecs, 73% de todos os pagamentos por aproximação são feitos com cartões.

Já o uso de cartões incorporados nas carteiras digitais atinge apenas 22% dos portadores de cartões, de acordo com informações de dezembro de 2024. Em setembro, eram 18%.

Além de facilitar a transação, o Pix no cartão poderia aumentar a segurança das transações, afirma a Abecs. Além de não ter que abrir o aplicativo do banco, as bandeiras de cartão poderiam desenvolver processos de identificação de fraude com o Pix, como já acontece no débito e crédito.

“Se eu trouxer para essa transação Pix ferramentas que me ajudam a fazer uma transação mais segura e a possibilidade de eu disputar uma transação, aí, talvez, faça sentido eu começar a cobrar uma taxa, mas não é na estrutura que temos hoje e isso precisa ser, de uma certa forma, discutido com muito cuidado para saber como é que eu vou remunerar quem vai prover esta solução”, diz Greco.

Há a possibilidade de que o estabelecimento ou o emissor do cartão paguem por essa solução. A aposta do setor é que o custo inicial ficará entre o custo de uma transação Pix e uma transação no cartão.

Atualmente, pagamentos por Pix envolvendo pessoas jurídicas já podem gerar uma cobrança dos bancos. As tarifas variam de acordo com a instituição e o cliente.

Segundo Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard Brasil, também será possível usar a funcionalidade Pix ao inserir o cartão e digitar a senha.

“Você tem uma experiência mais segura, porque não tem que abrir o celular e o aplicativo do banco, em um ambiente externo, em uma rede [de internet] que não é a sua. Você está lá na fila, as pessoas olhando o saldo do seu banco. [Com o Pix no cartão] você tem segurança e fluidez”, diz Tangioni.

FRAUDES COM CARTÕES CAEM EM 2024

Segundo a Abecs, as fraudes com cartões caíram 18% em 2024, em relação ao ano anterior, considerando o volume das transações. Considerando a quantidade de transações, houve uma queda de 15% nas fraudulentas.

No total, o volume de transações com cartões subiu 10,9% no ano passado, para R$ 4,1 trilhões. Na média, foram 125 milhões de pagamentos com cartões por dia.

O parcelado sem juros correspondeu a 41% das operações com cartão de crédito, somando R$ 1,3 trilhão.

JÚLIA MOURA / Folhapress

COMPARTILHAR:

Mais do Colunista

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.