SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Inca (Instituto Nacional do Câncer) publicou um posicionamento em que afirma não recomendar o consumo de qualquer tipo de adoçante artificial, como o aspartame. O texto foi publicado na sexta (14), um dia após o anúncio de que braço da OMS (Organização Mundial da Saúde) classificava o adoçante como potencialmente cancerígeno para humanos.
A Iarc (Agência Internacional de Pesquisa em Câncer) foi a instituição que chegou a essa conclusão sobre o aspartame, e o Inca tem assento nos conselhos diretivo e consultivo dentro do órgão.
O instituto brasileiro, ligado ao Ministério da Saúde, explica que a análise da agência “resulta em uma classificação de níveis de evidências científicas do risco, após avaliação cuidadosa e criteriosa da qualidade dos estudos em humanos, animais experimentais e dos mecanismos envolvidos”.
A depender do que é encontrado pela Iarc, uma substância pode ser classificada em quatro tipos: cancerígena para humanos, possivelmente cancerígena, potencialmente carcinogênica ou, por fim, não cancerígena. O aspartame foi classificado no terceiro nicho, indicando que as evidências são limitadas acerca da carcinogenicidade do adoçante.
O Inca explica que o aspartame é adotado desde 1980 e se tornou mais popular nas últimas décadas. “Seu apelo é obviamente relacionado ao seu sabor doce sem calorias, o que foi considerado, inicialmente saudável”, continua o instituto na nota.
Mas a disseminação do adoçante em concomitância com os altos índices de obesidade e doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes, faz com que o Inca considere importante avaliar o aspartame com cautela.
Além da análise da Iarc, a própria OMS já havia indicado preocupação com substâncias desse tipo. A organização recomendou que adoçantes não devem ser utilizados como substitutos ao açúcar em pessoas que desejam perder peso.
Para o Inca, considerando a avaliação da Iarc em conjunto com evidências como a de que os adoçantes não colaboram no controle de peso, a indicação é de que esse tipo de produto seja evitado. O conselho do instituto é de que a população adote “uma alimentação saudável, ou seja, baseada em alimentos in natura e minimamente processados e limitada em alimentos ultraprocessados”.
SAMUEL FERNANDES / Folhapress